Mostrar mensagens com a etiqueta R.E.M.. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta R.E.M.. Mostrar todas as mensagens

22 setembro 2011

Álbum de Estimação: R.E.M. - "Reckoning" (1984)

Primeiro que tudo tenho a dizer que tinha outro álbum planeado para aqui colocar hoje, mas a notícia do dia fez com que mudasse subitamente de planos. E foi então que apareceu outro dilema - escolher qual o álbum de R.E.M. para estimação de hoje. Automatic for the People, que seria um forte candidato, ficou logo à partida excluído uma vez que já foi alvo de análise aqui no Altamont. Out of Time, outro forte candidato, pareceu-me óbvio demais, afinal de contas foi o álbum que os tornou conhecidos em todo o planeta (por acaso seria interessante analisar o percurso de uma banda que ao sétimo álbum é que o fez, fica para futura referência). Murmur, como primeiro álbum e com um som único na altura (1983) e vindo do nada também merecia destaque. Document, o último álbum com selo I.R.S. marcou também uma forte posição por parte da banda e vale nem que seja por incluir a insana, caótica, louca "It's the End of The World as we Know It (And I Feel Fine)". Monster, já mais recente (1994), foi também um álbum que ouvi muitas vezes levado pelo R.E.M. maniac Ricardo que tive como colega de carteira nos 3 anos do secundário, e que me permitiu descobrir a banda bem melhor. Mas a decisão final recaiu neste Reckoning, um grande álbum, o segundo da banda, gravado pouco depois do primeiro, e aproveitando uma onda de grande criatividade (o próprio Peter Buck admitiu que estavama a escrever duas boas músicas por semana e que o álbum devia ser duplo). Para além disso apareceram em Reckoning algumas músicas que a banda já tinha há algum tempo e que tocava ao vivo, casos de "Pretty Persuasion" e "(Don't Go Back to) Rockville". Em cerca de 15 dias os R.E.M. gravaram este álbum, segundo dizem alguns também para fugirem às pressões da I.R.S. que pretendia um álbum mais comercial (como quase todas as editoras que só vêem o lucro à frente...). E é neste ponto que os R.E.M. foram uma pedrada no charco - ao mostrar como é que uma banda underground e inspirada no punk podia avançar na indústria da música sem colocar em causa a sua integridade artística. Várias outras bandas como Pavement e Sonic Youth retiraram daqui lições importantes para a forma de gerir a sua carreira e isto é algo que muita gente hoje não se lembra.
Voltando a Reckoning, não posso afirmar que é o melhor álbum de R.E.M., mas é um álbum importante e que mostra bem o que é a banda a quem só conhece os hits que chegaram nos anos 90. Músicas como "So. Central Rain (I'm Sorry)", "Little America" e "7 Chinese Brothers", para além das duas mencionadas acima merecem ser ouvidas e recordadas.

25 janeiro 2010

R.E.M. – Automatic for the People (1992)

Com o lançamento de Out of Time, o disco que voltou a pôr o nome da banda nas bocas do mundo, talvez até como nunca o tinha conseguido, os R.E.M. podiam ter feito uma pausa maior ou podiam ter tentado fazer espremer o lado comercial que Out of Time lhes tinha assegurado. Não. A banda de Michael Stipe não perdeu tempo e apenas um ano depois lançou Automatic for the People. As expectativas criadas à volta da banda de Atenas, Georgia eram muito maiores devido ao sucesso de temas como "Losing My Religion" ou "Shiny Happy People", no entanto quem muito esperava acabou por ficar até bastante surpreendido. Não só os R.E.M. melhoraram o lado comercial dando-lhe mais substância como foram mais além ao gravar um disco mais folky com uma atmosfera mais reflexiva sobre envelhecimento, dor e morte. O passar dos anos sobre a banda sente-se e Automatic for the People é, claramente, o último grande disco da banda norte-americana onde consegue aliar a qualidade das letras à qualidade das melodias. Músicas como "Drive", "Try Not To Breathe", "The Sidewinder Sleeps Tonite", "Everybody Hurts", "Man on the Moon" e "Nightswimming" estão entre as melhores músicas de sempre da banda. Um disco que se revela melhor a cada audição. Um dos clássicos dos anos 90.