Tal como as estrelas, também os seres humanos podem ter a capacidade de brilhar tão intensamente e desaparecer tão rapidamente como apareceram. A história que vos vou contar começa desta maneira. Em 1946, em Cambridge, Inglaterra, uma criança veio ao mundo. Roger Keith Barrett era o seu nome. Filho de Wynn e Max Barrett, cedo o pequeno Roger tomou contacto com a arte, música e literatura. O seu pai incentivava a isso.
Os contos de fadas e o surreal começaram a fazer parte da sua vida. Roger, mais tarde "Syd", teve uma infância relativamente feliz até aos seus 16 anos, altura em que o seu pai faleceu de cancro. Daí em diante, o pequeno génio começou a fechar-se cada vez mais no seu próprio mundo e não mais de lá saiu. Fim de História? Nada mais errado. A história de Syd é a própria história dos Pink Floyd. Por toda a sua existência mesmo apesar de Syd só ter estado fisicamente no primeiro disco da banda inglesa. Poucos anos mais tarde após a morte do seu pai, Syd, juntamente com os amigos da Universidade, Roger Waters, Nick Mason e Rick Wright começaram a fazer aquilo que na altura era chamado de underground. Os seus concertos eram uma orgia para os sentidos. Sons, luzes e experiências visuais começaram a fazer dos Pink Floyd, uma banda de culto no undeground scene de Londres, mais precisamente em clubes como o UFO. Depois de um 1966 em alta, conseguiram contrato para a gravação do seu disco de estreia. Gravando em Abbey Road na mesma altura que os Beatles estavam a gravar Sgt Pepper, Syd Barrett começava já a demonstrar que algo na sua cabeça já não estava bem. Dificuldades em estar concentrado para gravar um disco por completo e incapacidade de tocar os mesmos acordes em takes repetidos, fizeram que os engenheiros de som e produtores subissem paredes. Porém o disco foi acabado e o resultado final agradou tanto que o próprio Paul McCartney quis uma cópia do álbum. The Piper at the Gates of Dawn de seu nome é o disco mais psicadélico e ingénuo de toda a discografia dos Floyd. Nunca mais a banda teria esta aura de banda de culto e pouco conhecida, então após o êxito de Dark Side of the Moon nunca mais a banda tocaria em pequenos clubes ou passaria despercebida em qualquer lado. The Piper... é Syd Barrett no seu esplendor máximo. Ele leva a banda por mundos esótericos, espaciais ou surreais. Seja em "Astronomy Domine", "Lucifer Sam", ou "The Gnome". Leva-nos ao mundo infantil em "Bike" e à experimentação psicadélica em "Insterstellar Overdrive". Os Floyd conseguiram encaixar todo o espírito de 66/67 neste disco. Longe ainda estavam as alienações de Waters ou os solos mágicos de David Gilmour, que acabaria por substituir Barrett após este disco. Barrett esse que cada vez mais se debatia com laivos de insanidade e incapacidade de comunicar e estar presente. O fim estaria próximo. Aconteceu após o falhanço de uma tour nos EUA, onde a banda queria fazer impacto. No regresso a Londres, Waters e os outros trouxeram Gilmour para a banda para fazer uma espécie de Brian Wilson/Beach Boys. O génio louco escrevia as músicas mas os outros iam para tournée e Syd apenas faria número com o amplificador desligado. Nem tal foi possível e um dia a carrinha da banda não parou em casa de Syd para o levar para um concerto. Acabava aí a fase Syd.
Tão rapidamente como aparecera, a luz de Syd desapareceu sem deixar rasto. Os seus discos a solo são tudo o se conseguiu extrair daquela cabeça genial mas danificada. Anos mais tarde o seu regresso ao mundo Floyd seria tão estranho como breve.
Os contos de fadas e o surreal começaram a fazer parte da sua vida. Roger, mais tarde "Syd", teve uma infância relativamente feliz até aos seus 16 anos, altura em que o seu pai faleceu de cancro. Daí em diante, o pequeno génio começou a fechar-se cada vez mais no seu próprio mundo e não mais de lá saiu. Fim de História? Nada mais errado. A história de Syd é a própria história dos Pink Floyd. Por toda a sua existência mesmo apesar de Syd só ter estado fisicamente no primeiro disco da banda inglesa. Poucos anos mais tarde após a morte do seu pai, Syd, juntamente com os amigos da Universidade, Roger Waters, Nick Mason e Rick Wright começaram a fazer aquilo que na altura era chamado de underground. Os seus concertos eram uma orgia para os sentidos. Sons, luzes e experiências visuais começaram a fazer dos Pink Floyd, uma banda de culto no undeground scene de Londres, mais precisamente em clubes como o UFO. Depois de um 1966 em alta, conseguiram contrato para a gravação do seu disco de estreia. Gravando em Abbey Road na mesma altura que os Beatles estavam a gravar Sgt Pepper, Syd Barrett começava já a demonstrar que algo na sua cabeça já não estava bem. Dificuldades em estar concentrado para gravar um disco por completo e incapacidade de tocar os mesmos acordes em takes repetidos, fizeram que os engenheiros de som e produtores subissem paredes. Porém o disco foi acabado e o resultado final agradou tanto que o próprio Paul McCartney quis uma cópia do álbum. The Piper at the Gates of Dawn de seu nome é o disco mais psicadélico e ingénuo de toda a discografia dos Floyd. Nunca mais a banda teria esta aura de banda de culto e pouco conhecida, então após o êxito de Dark Side of the Moon nunca mais a banda tocaria em pequenos clubes ou passaria despercebida em qualquer lado. The Piper... é Syd Barrett no seu esplendor máximo. Ele leva a banda por mundos esótericos, espaciais ou surreais. Seja em "Astronomy Domine", "Lucifer Sam", ou "The Gnome". Leva-nos ao mundo infantil em "Bike" e à experimentação psicadélica em "Insterstellar Overdrive". Os Floyd conseguiram encaixar todo o espírito de 66/67 neste disco. Longe ainda estavam as alienações de Waters ou os solos mágicos de David Gilmour, que acabaria por substituir Barrett após este disco. Barrett esse que cada vez mais se debatia com laivos de insanidade e incapacidade de comunicar e estar presente. O fim estaria próximo. Aconteceu após o falhanço de uma tour nos EUA, onde a banda queria fazer impacto. No regresso a Londres, Waters e os outros trouxeram Gilmour para a banda para fazer uma espécie de Brian Wilson/Beach Boys. O génio louco escrevia as músicas mas os outros iam para tournée e Syd apenas faria número com o amplificador desligado. Nem tal foi possível e um dia a carrinha da banda não parou em casa de Syd para o levar para um concerto. Acabava aí a fase Syd.
Tão rapidamente como aparecera, a luz de Syd desapareceu sem deixar rasto. Os seus discos a solo são tudo o se conseguiu extrair daquela cabeça genial mas danificada. Anos mais tarde o seu regresso ao mundo Floyd seria tão estranho como breve.
3 comentários:
Este é sem dúvida um dos meus TOP 5 de Pink Floyd! É especial porque revela ao mundo que Syd Barrett era um génio a muitos anos de luz dos seus companheiros! Tinha 15 anos quando comprei o "Piper". Ouvi o "Astronomy Domine" e fiquei agarrado para sempre. È uma das melhores músicas de ficção cientifica e que define em muito o caminho espacial que os Floyd iriam tomar depois da saída de Barrett!
Quanto ao resto do disco é simplesmente genial..."Lucifer Sam", "The Gnome", "Chapter 24", "Bike", "Mathilda Mother" e o grande cósmico "Interstellar Overdrive". Que grandes malhas...
Um grande álbum mas a luz de Syd não desapareceu sem deixar rasto depois dele sair da banda. Qualquer um dos seus álbuns a solo é para mim bem melhor do que este álbum. Outro tipo de experiência musical mas ainda assim.
Ico, o q eu queria dizer é que aquela aura que ele tinha nos floyd foi-se como uma supernova. Os discos a solo só surgiram devido a muita paciencia dos produtores e de david gilmour...
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