Não podíamos fechar o mês aqui no Altamont sem mencionar a chegada de um dos álbuns mais aguardados do ano. No início do mês, e depois do EP Sun Giant e do tão aclamado Fleet Foxes já de 2008, chegou-nos Helplessness Blues. Longa foi a espera, resultado de um processo de gravação bastante turbulento - no final de 2009 a banda já tinha um álbum praticamente pronto mas que foi lamentavelmente destruído no processo de mixagem, o que levou a banda a começar novamente do zero. Robin Pecknold, fundador da banda (juntamente com Skyler Skjelset, colega de escola) e líder incontornável não baixou os braços, lançou-se avidamente ao trabalho. Não sei como seria essa tal primeira gravação, mas ouvindo este Helplessness Blues não consigo deixar de pensar que pena seria se nunca o tivessem feito. Inventivo, complexo e com maior nível de detalhe dentro de cada música vale cada um dos seus 50 minutos. Onde antes predominava a tranquilidade, nota-se agora uma maior tensão, súbitas mudanças de tom apanham-nos desprevenidos, mas no final parece que tudo se conjuga tal qual peças de um puzzle maior que é este álbum.
O álbum mostra um Pecknold cheio de dúvidas, preocupações, começando logo na primeira frase que ouvimos, na excelente "Montezuma": "So now, I am older/ Than my mother and father/ When they had their daughter/ Now, what does that say about me?" Este é o tom, e por cada pergunta feita, outras dez surgem, sobre a vida, o sucesso, a sua carreira, e todas estas dúvidas só parecem mesmo resolvidas na música que dá nome ao álbum, onde simplesmente se retrai e deseja apenas uma vida simples(Don't we all?).
Sinto que é um passo à frente muito natural por parte da banda, arriscando mas sem descurar todos os elementos que tanto nos encantaram no seu primeiro álbum e no EP. E isto é muito valioso.
E deixo também o vídeo que é giro. Enjoy it!
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