Entre 1966 e 1968, aproximadamente, houve um fenómeno na música, mais concretamente na britânica, com a tentativa de juntar a pop com elementos clássicos. Uma tentativa de ver a música como um todo, um movimento que chegasse a todos e não se dividisse em grupos, os novos e velhos. A pop tentou tornar-se adulta, requintada, sofisticada e, se calhar, algo snob, até porque muitos elementos destas bandas pop, tinham tido instrução clássica, fazendo, desta feita, valer todos os minutos de aprendizagem árdua. Isso viu-se com os Beatles em Sgt. Pepper, Nirvana [UK] em Simon Simopath, os Zombies em Odessey & Oracle e Aphrodite's Child com 666, entre outros como este Days of Future Passed dos Moody Blues.
Rotulados, na altura, como uma das melhores bandas da invasão britânica nos USA, os Moody são, hoje em dia, conhecidos pelos seus álbuns de rasgo e inovação e tudo começou em 1967 com um certo golpe de sorte.
A sua produtora, Decca, queria uma versão Rock da Sinfonia do Novo Mundo, de Dvorak, para mostrar ao mundo a sua nova tecnologia stereo, no entanto, a História teceu o seu rumo, e um dos produtores conseguiu mudar tudo, juntando as músicas pop que os Moody andavam a desenvolver, juntando-os à London Festival Orchestra e conseguindo este resultado final, metendo a cabeça em água à Decca que não sabia como catalogar nem publicitar o resultado final, temendo um desastre em termos de vendas. O disco, dividido em sete músicas, fala de um dia completo desde o amanhecer até à noite escura em que cada música é um momento diário. Este psicadelismo barroco misturado com outros elementos clássicos não só acabou por ser bastante aceite, tornando a banda muito mais respeitada, como acabaria por ser um campeão de vendas para a Decca, muito por culpa da música final, "Nights in White Satin". Apesar de já ter este disco há uns bons anos, só há pouco tempo o ouvi de início ao fim, e foi o melhor que fiz, pois é daqueles que nos faz sorrir ligeiramente ao ouvir de início ao fim. Não é um disco de singles, embora "Nights" se destaque logo à partida. É um disco pensado para ser um disco e ser ouvido de início ao fim. E é isso que me faz tanto gostar dele. Recomendo vivamente.
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