Os Portishead são uma banda que dispensa apresentações para qualquer pessoa com um ouvido a funcionar bem que passou pelos anos 90, por isso não me vou alongar muito.
Banda de Bristol, onde juntamente com os Massive Attack se lançaram à conquista do mundo com o seu trip-hop, os Portishead basearam a sua estratégia de divulgação na qualidade artística dos seus videoclips. Antes até de lançarem o seu primeiro álbum realizaram uma curta-metragem, To Kill a Dead Man, mas foi a banda sonora criada para a mesma que atraiu atenções, e daí até terem Dummy no mercado foi um pequeno passo. Foi através de uma crescente rotação dos seus clips em programas como Alternative Nation ou Chill-Out Night, da MTV, que foram ganhando público, e no final de 1995 já eram agraciados com vários prémios da indústria da música. Não que isso interesse, naturalmente, mas de facto havia aqui qualquer coisa de diferente do britpop que reinava a solo nessa altura. A intensidade, o dramatismo das melodias, a voz de Gibbons, sempre acompanhadas com o sintetizador de Geoff Barrow e a guitarra de Adrian Utley são únicas.
Provavelmente vão apontar-me o dedo por meter aqui um álbum que não é um álbum de originais mas sim um concerto ao vivo. Pois bem, passo desde já a apresentar o meu argumento - andei durante 2 anos a debater-me se gostava mais do Dummy ou do Portishead. Não conseguindo chegar a uma conclusão definitiva, surgiu em 1999 este Roseland NYC Live que foi a única forma de resolver o problema - decidi que ficava este o meu favorito e pronto. E até hoje assim é. Já conheço melhor estas versões do que as versões originais. Heresia? Sim, admito que possa ser. Mas sigo na minha, herege e feliz com a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque no fundo do ouvido a acompanhar o trio Barrow Gibbons e Utley em todo o seu esplendor.
3 comentários:
n vejo onde possa estar a heresia. tb gosto muito mais desse que dos originai. alias, os originais nao sei pq n gosto, acho-os demasiado rigidos
eu lembro-me que até gostava dos originais, mas este é que me arrebatou e deixei de ouvir os primeiros...
heresia na medida em que analisando racionalmente seria apenas um album ao vivo e não o resultado de um processo criativo normal para um album de originais. É uma boa questão - será possível num processo destes (pegar em coisas já feitas) existir criatividade na transformação? Terá Lavoisier razão?
Belo show disco e uma grande banda realmente bela escolha!!
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