Não parece, mas Lisbon é já o sexto álbum dos The Walkmen. E não parece por um motivo muito simples - foram sempre uma espécie de tesouro escondido do rock americano. Num momento em que já vimos o que aconteceu com os Killers e os Kings of Leon é de enaltecer a sabedoria desta banda em saber esconder-se de quem se devia esconder e mostrar-se a quem se devia mostrar, mantendo sempre a sua identidade e filosofia, o que a meu ver é uma forma de estar crucial para a criação de uma certa intemporalidade. Ouvir hoje "The Rat", (do álbum Bows + Arrows) arrebata-nos da mesma forma do que quando foi lançada em 2004 e arrisco-me a afirmar que tanto essa música como a restante obra dos The Walkmen perdurará, que é algo a que poucas bandas de hoje podem almejar.
Fazendo fast forward para 2010 temos então Lisbon. Logo que se soube o nome do álbum lançou-se a dúvida - seria um tributo à cidade ou estaria relacionado com o nome das personagens de "Virgin Suicides", filme de Sofia Coppola? À cidade pois então, que serviu de inspiração derivada da agradável passagem da banda duas vezes pela nossa capital entre Dezembro de 2008 e Agosto de 2009, e ganhou não só o nome do álbum, mas também de uma música, a música que fecha o álbum (não é normal começar a analisar o álbum pelo fim, mas também ninguém disse que isto tinha de ser uma crónica normal, pelo que cá vai). "Lisbon" música é minimalista, quase despida de tudo o que não é essencial, e onde os instrumentos vão aparecendo de forma cadenciada, juntos atingem um clímax e depois um a um desaparecem. É um bom tema para fim de disco, mas antes de lá chegar Lisbon álbum tem mais e melhor para dar. Tem "Stranded", tema escolhido para single e que dá a impressão de estar encalhado sim, mas num bar algures no México nos anos 50, dado o fundo de cornetas mariachi style constante. Tem "Victory" exclamada a plenos pulmões, mas por nunca estar do lado do narrador e não em tom de celebração. Tem "Juveniles", música de abertura e que logo nos suga para o que vem aí com a sua jovialidade. Tem "Blue is your Blood", onde a voz de Hamilton Leithauser paira acima de um ritmo constante, como de um comboio em movimento. Tem "Woe is Me", excelente música de lamentação. E tem, para mim acima de todas as outras, "Angela Surf City". A intensidade pura que a banda nos foi mostrando ao longo da sua carreira assume diferentes formas e no caso deste tema assume a forma enérgica, onde sentimos o sangue a correr nas nossas veias, num crescendo até ao desespero de ter perdido alguém sem saber como nem porquê, patente no refrão "You took the highway, I couldn't find you!".
O som dos The Walkmen, baseado em instrumentos vintage e que remexe pelo garage rock com toques de rockabilly e surf rock marca quem lhes dê mais atenção. E nada como dar uma oportunidade já no próximo dia 14 de Novembro, quando nos mostrarão este Lisbon no Coliseu dos Recreios.
Enjoy!
Fazendo fast forward para 2010 temos então Lisbon. Logo que se soube o nome do álbum lançou-se a dúvida - seria um tributo à cidade ou estaria relacionado com o nome das personagens de "Virgin Suicides", filme de Sofia Coppola? À cidade pois então, que serviu de inspiração derivada da agradável passagem da banda duas vezes pela nossa capital entre Dezembro de 2008 e Agosto de 2009, e ganhou não só o nome do álbum, mas também de uma música, a música que fecha o álbum (não é normal começar a analisar o álbum pelo fim, mas também ninguém disse que isto tinha de ser uma crónica normal, pelo que cá vai). "Lisbon" música é minimalista, quase despida de tudo o que não é essencial, e onde os instrumentos vão aparecendo de forma cadenciada, juntos atingem um clímax e depois um a um desaparecem. É um bom tema para fim de disco, mas antes de lá chegar Lisbon álbum tem mais e melhor para dar. Tem "Stranded", tema escolhido para single e que dá a impressão de estar encalhado sim, mas num bar algures no México nos anos 50, dado o fundo de cornetas mariachi style constante. Tem "Victory" exclamada a plenos pulmões, mas por nunca estar do lado do narrador e não em tom de celebração. Tem "Juveniles", música de abertura e que logo nos suga para o que vem aí com a sua jovialidade. Tem "Blue is your Blood", onde a voz de Hamilton Leithauser paira acima de um ritmo constante, como de um comboio em movimento. Tem "Woe is Me", excelente música de lamentação. E tem, para mim acima de todas as outras, "Angela Surf City". A intensidade pura que a banda nos foi mostrando ao longo da sua carreira assume diferentes formas e no caso deste tema assume a forma enérgica, onde sentimos o sangue a correr nas nossas veias, num crescendo até ao desespero de ter perdido alguém sem saber como nem porquê, patente no refrão "You took the highway, I couldn't find you!".
O som dos The Walkmen, baseado em instrumentos vintage e que remexe pelo garage rock com toques de rockabilly e surf rock marca quem lhes dê mais atenção. E nada como dar uma oportunidade já no próximo dia 14 de Novembro, quando nos mostrarão este Lisbon no Coliseu dos Recreios.
Enjoy!
1 comentário:
Os Walkmen parece-me que nunca hão de ter o sucesso de Killers ou Kings of Leon por várias razões. 1) São depressivos, o que implica não terem a onda de histerismo que as bandas já citadas começaram a ter.
2) São muito low profile, o que não quer dizer que não queiram sucesso.
Este disco, tal como, os outros é muito bom. Mesmo.
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