26 janeiro 2010

Bande A Part: Radiohead #2


Este post era só para nascer no final da análise álbum a álbum da carreira dos Radiohead, mas o forte interesse pelo tema, mostrado pelos vários comentários que o post #1 gerou, levou-me a apressar as coisas e apresentar desde já os meus argumentos que sustentam a minha ideia de comparar os Radiohead aos Beatles. Ora então cá estão eles:

Ponto 1: Qualidade da música - Indiscutível. Ao longo de toda a carreira, de todos os álbuns. Pode-se dizer que no início de carreira, tanto uns como outros fizeram coisas mais fracas, mas é isso é mais fácil de dizer depois de ver o que veio a seguir. Lembro-me de na altura gostar do Pablo Honey, quando toda a gente ouvia Oasis e Blur. Hoje penso que foi a onda britpop que influenciou negativamente a banda, e mais tarde conseguiram sair das suas malhas e dar azo a toda a criatividade que têm. Os Beatles também foram, de início, na onda da descoberta do rock n' roll, cantando músicas de outros, mas no tempo certo souberam mostrar que não eram apenas mais uma banda dessas.

Ponto 2: Consenso ao nível da crítica - Vejo e revejo uma lista infindável de tops da década, dos anos, do século que se fazem para aí e quanto a isto não há dúvidas - Beatles e Radiohead aparecem sempre sempre (às vezes com mais do que um disco) no top 10. Naturalmente que este ponto vale o que vale, como bem sabemos em cada um de nós há um crítico, mas que é um ponto em comum entre as duas bandas, parece-me claro.

Ponto 3 (e mais forte de todos): Evolução de carreira - Um começo mais ligado à onda que estava na moda para mais tarde criarem a sua própria onda, única e exclusiva. No caso dos Beatles, a partir de Rubber Soul, ainda mais forte com Revolver e o auge em Sgt Peppers, mantendo mais tarde a bitola com Abbey Road e Let it Be. No caso dos Radiohead a partir de The Bends, ainda mais forte com OK Computer e o auge com Kid A, mantendo mais tarde a bitola com Hail to the Thief e In Rainbows. Souberam amadurecer, procurando novos caminhos, inovando sem rede, desafiando-se a si próprios, confiando apenas e só na sua capacidade. Resistindo a muitas críticas às suas decisões e direcção tomada. Respondendo com qualidade de música, acima de tudo.

Ponto 4: O impacto nas gerações seguintes - Neste aspecto ainda não é comprovado o impacto que os Radiohead irão ter, mas eu sou gajo para apostar que daqui a 30/40 anos vão ser tão lembrados como os Beatles são hoje em dia.

Vou então dar início à análise dos vários álbuns da carreira dos Radiohead, que decorrerá durante as próximas semanas. Estejam atentos!

4 comentários:

frederico disse...

Hummmm... É complicado realmente. Se me disseres: Os Radiohead são a melhor banda pop/rock dos últimos dez anos, concordaria sem problemas. Compara-los aos Beatles não me soa bem. Nem é por achar que os Radiohead são inferiores. Só acho que nunca foram uma banda que gerasse uma onda de entusiasmo como os Beatles fizeram. Nem acho que os seus discos, apesar da muito grande qualidade tenham o mesmo impacto que o Revolver, Sgt Pepper, Album Branco ou Let It Be criaram. Até pelas próprias letras da banda de Oxford. São alienantes, claustrofóbicas. Não são solarengas como grande parte das dos Beatles. O que não é, necessariamente, mau. Apenas diferente. Sei que os Radiohead vão ser falados daqui a 20 ou 30 anos, mas acho que os Beatles ainda serão mais falados. Acho que não dá para comparar.

ico costa disse...

A questão é: who cares que tu os consideres os beatles de hoje? Ou melhor, porquê tanto esforço para tentares provar aos outros o que não passa de uma simples opinião obstinada?

(digo isto sem qualuer malícia)
abraço

ico costa disse...

como se as opiniões tivessem que ser justificadas e concordadas pelos outros.
parece que tentas transformar uma opinião num facto, o que é DE FACTO aquilo que diariamente se faz aqui neste blog e para o qual eu e o Cisto tanto nos obstinamos.

Alex disse...

tem calma pá! Isto é diarreia mental, é uma opinião que eu tenho e como tal partilhei, mas não preciso de convencer nada nem ninguém. Foi apenas um lançar de discussão, ponto.

Isso de transformar opiniões em factos e julgar tudo o que é dito deixo ao teu cargo.