Os Ölga são uma banda portuguesa, já com 8 anos de existência, e lançam agora o seu segundo álbum de originais, "La Resistánce", após "What Is" de 2005, e um EP homónimo lançado em 2001.
A sonoridade inicial da banda situava-se no campo do pós-rock, o primeiro álbum tinha proximidades com uns Mogwai e uns Sigur Rós, mas neste "La Résistance" já os tempos e as vontades são outras. Não podemos dizer que esse campo foi abandonado, nada disso, mas sim aproveitado, transformado e incorporado numa onda mais revivalista de sonoridades dos anos 60 e 70, sempre com uma base rock.
O álbum abre logo com um excelente "Elephants", com uma cadência que nos faz pensar estar numa nuvem a levitar, contradizendo o peso do título da música. "It's Allright", o single extraído do álbum e que já tinha sido referido neste post, é o mais próximo que os Ölga estão de serem uma banda indie pop, com uma melodia muito condizente com um estado de espírito de conformidade. "Last Call" impressiona pelo fort arranque, talvez o mais forte de todas as músicas da banda, e vai mais tarde, aos poucos, retornando a um ritmo mais calmo, numa passagem subtil e que me parece o mote de passagem à música mais sonhadora do álbum, o excelente piano de "Neon". A partir daqui, e nas 5 músicas seguintes, "Mirror Bowling", "Take Us All", "Blue Poem", "Kiss the Fall" e "Magic Room" não ficam dúvidas sobre quem estamos a ouvir, uma vez que são bastante próximas dos anteriores álbuns, com psicadelismo, músicas em crescendo e introspecção como conceitos-chave. A fechar, um "Miss Booty" em ritmo circense e "Ben Hur" como conclusão anunciada a toques de trombone.
Penso ser um disco muito interessante e que demonstra um bom nível da maturidade da banda, que incorporou muito facilmente no seu som de referência novas peças (a nível de metais, percussão, cordas e voz) criando um belo ambiente sonoro.
Enjoy!
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