Eu descobri os The National com o Boxer. Foi por aí que eles entraram, normalmente pelas colunas do carro. Ouvi-o muitas muitas vezes nos quilómetros que separam a minha casa do local de trabalho, sempre a descobrir um bocadinho mais, sempre mais uma música, mais uma frase, mais um arranjo. Foi um daqueles processos de descoberta que duram, mas são saborosos, o assimilamento gradual de que estava perante um grande álbum. Mas quando me apareceu o Alligator fui arrebatado de uma forma que não sabia para onde me virar, se para a tranquilidade de "Daughters of the Soho Riots", se para o êxtase de "Mr. November". Se para as lamentações e pedidos de desculpas de "Baby We'll be Fine", se para a energia de "Lit Up". Se para um Karen, put me in a chair, fuck me and make me a drink em "Karen" ou se para um I wanna go gator around the warm beds of beginners em "City Middle". A dúvida instala-se. E mói, tudo mói, a palete de emoções presente neste disco é de tal forma amplo que não conseguimos digerir bem o fim de um música e início de outra. É brusco demais o corpo não aguenta. Tal como não aguenta bem a voz do Matt a ecoar nos ouvidos. Tal como não aguenta ficar impávido e sereno com a potência avassaladora de "Abel", aqui já abaixo.
Se eu soubesse o que sei hoje (frase muito usada mas um totalmente inconsequente) teria saboreado este Alligator desde o momento que viu a luz do dia, em Abril de 2005, já lá vão 6 anos. Parece impossível.
1 comentário:
Oh Alex, curiosa esta tua inscrição. Comigo passou exactamente o mesmo. Comecei com o Boxer, adorei, e só recentemente conheci o Alligator. Impressionante disco.
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