A segunda metade da década de 60 trouxe um sem número de bandas psicadélicas, progressivas ou vanguardistas, especialmente do outro lado do oceano na costa leste dos Estados Unidos. Bandas com nomes estranhíssimos e surrealistas começavam a ser a norma em vez de a excepção. Quanto mais estranho e rebuscado melhor. No entanto, uma das bandas com som mais vanguardista da época dava pelo simples nome do seu próprio país - The United States of America. O grupo de L.A., liderado por Joseph Byrd é um dos tesouros escondidos que dá sempre prazer em revisitar. O seu Pop vanguardista que, a espaços, faz lembrar as partes mais sombrias dos Velvet Underground ou dos Pink Floyd, faz-nos parecer, realmente, estar no meio do vortex surrealista que foi a segunda metade da década na West Coast. Uma das características que distingue esta banda de outras da altura é o facto de não ter nenhum guitarrista, alterando deste modo o pulsar das suas músicas mais alicerçadas nos sintetizadores.
O que à partida poderia ser visto como mais um disco psicadélico à imagem de uns Jefferson Airplane ou Strawberry Alarm Clock torna-se numa viagem pelo weird but beautiful do mundo de Joseph Byrd, seja na crítica à decadência em "The American Metaphysical Circus", a pastoral "Cloud Song" ou a política "Love Song for the Dead Che". Apesar de ter recebido boas críticas, especialmente no circuito europeu, a banda acabaria prematuramente por se desintegrar pouco tempo após o lançamento do disco, sendo este o seu primeiro e único disco. Por vezes, pouco é muito...
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