Estou a cozer caranguejos vivos, oiço-os a espernearem-se dentro da panela.
“tenho que pôr música para não me sentir um selvagem”, penso.
ligo o ipod – sim, sou rico – e o destino ou a mão leva-me a um dos álbuns que mais tenho ouvido nos últimos dois anos. leva folk leva blues leva rock quase que leva jazz é antigo é contemporâneo é avant-garde é psicadélico é alegre e triste e doente e é o primeiro a solo.
lembram-se do roy? que vivia comigo e que espancava a namorada e que me apresentou ao warren zevon? foi a 87 concertos de grateful dead e conhece quem tenha ido a 200. era como uma espécie de modo de vida lá pela terra dos hamburgueres nos anos 70, 80, 90. um dia pus este álbum a tocar e ele saiu disparado da casa de banho, espero que com o assunto terminado. abraçou-me e começou a cantar
Since it costs a lot to win, and even more to lose,
You and me bound to spend some time wond'rin' what to choose.
Goes to show, you don't ever know,
Watch each card you play and play it slow,
Wait until that deal come round,
Don't you let that deal go down, no, no.
e então no dia em que me disse
“never trust’em ico, never trust a single woman in this goddamn world”
e se foi embora com o balde dos pickles debaixo do braço, eu pus no ar esta música e ele novamente se riu e novamente me abraçou e novamente cantou.
conclusão:
até com pessoas asquerosas é possível criar uma ligação
(desde que a música seja boa).
P.S.: grooveshark? morreu? partilha-se na mesma.
1 comentário:
download:
http://thepiratebay.org/torrent/5661764
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