08 fevereiro 2010

Os Velhos - Cabaret Maxime - 05.02.2010



Os Velhos são uma banda nova, que apareceu há pouco tempo, ainda só têm um EP editado, e mais algumas músicas. São da Amor Fúria, Companhia de Discos do Campo Grande, e praticam rock.
E o mais interessante do concerto no Maxime, a 5 de Fevereiro, foi a vasta legião de fãs que esgotou por completo a lotação do cabaret. A grande parte das pessoas que estavam a assistir, e a cantar fervorosamente as músicas e trautear as melodias, eram jovens adolescentes, imberbes, e...betos. Aquilo a que dantes se chamava queques. Uma franja da sociedade que, há alguns anos e quando tinha esta idade, ia sair à noite para o Whispers ou Maria Bolachas, e vibrava com músicas como Let's Get Loud da J. Lo, ou Walking on Sunshine de Katrina and The Waves. Não que isso seja mau, mas só porque isso era um género de pessoas. E agora, esta mesma franja da sociedade ouve rock, e Strokes, e Arcade Fire, e deixa crescer a barba... (não quero ser tido como preconceituoso aqui, só estou a tentar ilustrar como as coisas mudam). As mesmas pessoas que há uns anos olhavam com ar de nojo para bandas como os Strokes, agora sabem as letras todas de cor. E isso é bom.
E o concerto d'Os Velhos foi um interessante mini laboratório social. É um fenómeno engraçado este.

Do ponto de vista musical, os Velhos, tal como a malta que os ouvia, são uma banda jovem, ainda a dar os primeiros passos. Mas têm potencial. Pelo menos, as bases são boas, as influências são boas - não fazem de certeza música inspirada em Jeniffer Lopez. Têm energia, têm muito por onde crescer. E cantam em português, e de uma forma que não sendo genial, não ofende minimamente, e isso é bom. Hoje em dia são muitas as bandas e cantautores a usar o português, e isso é salutar (aliás, hoje ouvir portugueses a cantar em estrangeiro já me faz alguma espécie).
Mas Os Velhos são mais uma banda deste género a aparecer, e isso é sempre bom, quantas mais melhor. Porque eles podem não ser geniais. Em 9 bandas que apareçam, podem ser todas más, mas se a 10ª for muito boa, valeu a pena. Acho que estamos a assistir ao nascimento de uma corrente, na música portuguesa, e por isso, todos os músicos desta nova geração que estão a aparecer, terão pelo menos o mérito de fazer parte da história, de ter desempenhado um papel importante no “partir pedra”.
Daqui a 10 anos completo este artigo...

1 comentário:

João Amaral disse...

Bom artigo Du. Já agora, deixo a dica que o EP está disponível para download gratuito através da página da banda no myspace que aqui fica: hhtp://www.myspace.com/osvelhos