09 dezembro 2009

Lynyrd Skynyrd - Gimme Back My Bullets (1976)

“I’m not tryin’ to put down no big cities
But the things they write about us is just a bore
Well you can take a boy out of ol’Dixieland
But you’ll never take ol’ Dixie from a boy”
Ronnie Van Zant, “All I Can Do Is Write About It”

Em 1976, os Ramones editam o “Ramones”, os Aerosmith o “Rocks”, os Queen o “A Day At the Races”, os Kiss o “Destroyer”, os Led Zeppelin o “Presence” os AC/DC o “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”. É tempo de rock punk, operático, duro ou mesmo um poucochinho piroso (o dos Kiss, obviamente). Não era um bom ano para purismos ou coisas simples e directas. Não era um bom ano para os Lynyrd Skynyrd. E acabou mesmo por não ser um bom ano para eles. Em 1976, os rapazinhos sulistas de cabelo comprido e de bandeiras de confederação estampadas nas pickups lançaram o quarto álbum em outros tantos anos. Depois de “Pronounced… (1973)”, “Second Helping (1974)” e “Nuthin’ Fancy (1975)”, chegava o “Gimme Back My Bullets”. E a crítica arrasou-os de cima a baixo, porque, consideravam os analistas, faltava-lhe peso – não havia duelos nem solos de guitarra sobrepostos. Era mais leve. E por isso, vendeu menos. Bom, o “Gimme Back My Bullets” não chega, mesmo, para o primeiro de todos. Toda a gente esperava hinos desde a “Free Bird” mas músicas dessas não aparecem quando um homem quer. Mas honra seja feita a Ronnie Van Zant por manter-se fiel aos seus princípios: o tipo nasceu no Sul, gostava do Sul e cantava o Sul. Contra a corrente urbana, contou histórias da terrinha dele com a alma de sempre. Sim, o “Gimme…” é mais fraco que os outros trabalhos anteriores. Mas não deixa de ser bonzinho. Principalmente a “All I Can Do Is Write About It”, em que Van Zant volta a atirar-se aos meninos da cidade e a quem critica os hillbilly como ele – já o fizera na “Sweet Home Alabama” contra Neil Young. Nos finais da Guerra do Vietname, em que se cantavam “protest songs” e de consciência social, Van Zant preferia descrever as paisagens do Tennessee. Eram opções. Honestas. E mesmo assim, o “Gimme…” chegou ao Ouro. Depois viria o acidente de avião que tornou os Lynyrd numa convenção sulista mítica, sem fim aparente. E ainda bem que alguém canta coisas simples. Para mim, a música ou é boa ou é má. Independentemente da produção, dos arranjos ou de ser ou não ser vanguardista. Sou pelo rock progressivo dos Pink Floyd mas também oiço Cash. Que é sempre igual.

2 comentários:

André Sousa disse...

Gosto mais do "Street Survivors", mas toda a primeira fase de vida dos Skynyrd (1973 - 1977) é excelente! Serão sempre os Reis do "Southern Rock"

frederico disse...

Completamente! A américa não são só hipsters. América também são os carroceiros. O som é óptimo!