24 janeiro 2009

Scorsese - O Cineasta e a Música

Martin Scorsese, além de ser um dos cineastas mais influentes, é, como todos nós neste blog, um apaixonado por música.

Ainda era bastante jovem, quando, por iniciativa própria, se voluntariou para trabalhar no documentário "Woodstock" de 1970.

Durante a rodagem, conviveu de perto com músicos como Bob Dylan ou os Rolling Stones que mais tarde ajudou a imortalizar nos documentários: No Direction Home, Last Waltz e Shine a Light.

Ao que parece, esta paixão é para durar: Martin Scorsese, está a realizar um documentário sobre a vida do Beatle George Harrison, a ser lançado no próximo ano.

No entanto, a influência da música na sua cinematografia não se restringe aos documentários.

Ao contrário do que acontece nos filmes da geração "morangos com açúcar", a música no cinema de Scorsese nunca é empregue de forma gratuita, ou, como se diz na gíria, "para encher chouriços", mas sim para ajudar a caracterizar o estado emocional das personagens.

Exemplo disso, foi a partitura do compositor Bernard Herrmann, o mesmo de Alfred Hitchcock, que fez um trabalho notável no filme vencedor da palma de ouro: "Taxi Driver".

Um ano depois, Bernard Herrmann morre e Scorsese, consciente do valioso contributo do músico, dedica-lhe o filme.

Em conclusão, Martin Scorsese, que só se arrepende de não ter aprendido a tocar um instrumento musical, torna evidente a relação indissociável entre música e cinema.

O filme "Goodfellas" de 1990 é exemplo deste casamento perfeito. Ao som de "Layla" de Eric Clapton, observamos, com regozijo, a um verdadeiro tributo ao cinema:



3 comentários:

Cisto disse...

Exemplo de um tipo que abusa da música como quem abusa de amendoins que repousam numa taça e que ao fim de 200 comidos fá-los sentir-se culpado e suspirar eish, pra queque fui comer tantos?:

PAUL THOMAS ANDERSEN

frederico disse...

esse momento do layla faz chorar a mais dura das pedras!

Alex disse...

Poucos realizadores se apercebem da força que a música de fundo pode ter num filme. Há momentos de intensidade nos quais a música desempenha um papel chave e que nos fica na memória por isso mesmo.

O Scorsese, como apaixonado pela música que é, utiliza forte e feio este "efeito especial" e é uma das razões que o faz ser um dos melhores realizadores de sempre. O PT Andersen para lá caminha...

Mais sobre relação música/cinema no meu próximo post!