Vou começar este artigo com um ponto prévio que demonstra a minha total honestidade para com o Altamont e os seus leitores - nunca tinha ouvido falar numa banda chamada The Feelies até Setembro de 2009, altura em que foram re-editados os seus dois primeiros álbuns, este Crazy Rhytms, de 1980, e The Good Earth, de 1986. Li nessa altura um artigo sobre eles que me fez despertar a curiosidade e em poucos minutos pude começar a ouvi-los, especialmente através do seu álbum de estreia. E desde então que tal tem acontecido com alguma frequência, de tal modo que o tenho hoje como um álbum que merece totalmente ser apelidado como "de Estimação".
Vou tentar explicar por palavras - para já, carreguem abaixo no play. Já começou? Ainda não? Tenham calma. Mais uns segundos que o começo é em crescendo. Primeiro apenas uns sons de sinos de vaca, depois uma guitarra, depois o baixo a definir o ritmo da música, e enfim a bateria a acompanhar. É um começo que impressiona pela forma como os sons se vão sobrepondo e tomando conta da música em si, como que cada um a puxar para uma direcção diferente, mas no fundo a conjugarem-se na perfeição. Isto é "The Boy With Perpetual Nervousness", faixa de abertura. Depois entra "Fa Cé La", único single extraído do álbum e entende-se porquê - é a música mais curta do álbum, de apenas 2 minutos e das poucas que respeita a estrutura convencional verso-refrão. Voltamos depois a uma entrada em crescendo, do qual faz parte um silêncio inicial de vários segundos para "Loveless Love" e o seu riff de guitarra constante e dominador que perdura 3 minutos, altura em que a música toma um rumo diferente, o disco parece que salta para outro ponto. Volta depois a calmia antes de entrarmos na recta final com uma alucinante subida e descida de escala. Diria que é a música que melhor demonstra a forma de estar dos The Feelies, inconstante, incerteza sobre o que vai acontecer a seguir, dando ao disco laivos de uma simples jam session.
"Forces at Work" ainda demora mais a arrancar. Dos seus 7 minutos, o primeiro passa com silêncio total, mas depois arranca e parece que se vai dilatando aos poucos. Depois de "Original Love", música na qual estás mais presente a voz como instrumento complemento do que em qualquer outra, chegamos a "Everybody's Got Something To Hide (Except Me and My Monkey)", cover dos Beatles (presente no seu seminal White Album), à qual os Feelies deram um ritmo abrasivo, descontrolado.
Entrando no terço final, temos "Moscow Nights", "Raised Eyebrows" e o final dá-se com a música que dá nome ao álbum. 9 músicas em pouco mais de 40 minutos que são uma delícia e permitem perceber como terão influenciado bandas como os R.E.M. (Peter Buck devolveu o "favor" ao produzir o segundo álbum dos The Feelies) e Yo La Tengo (originais de Hoboken, onde os Feelies tocavam com grande frequência). Obrigado aos senhores da Domino que decidiram ir buscá-los ao baú a que estavam vetados e mostrá-los de novo ao mundo, nem que seja só por mim, valeu a pena. Mostra que as coisas boas nunca morrem!
Vou tentar explicar por palavras - para já, carreguem abaixo no play. Já começou? Ainda não? Tenham calma. Mais uns segundos que o começo é em crescendo. Primeiro apenas uns sons de sinos de vaca, depois uma guitarra, depois o baixo a definir o ritmo da música, e enfim a bateria a acompanhar. É um começo que impressiona pela forma como os sons se vão sobrepondo e tomando conta da música em si, como que cada um a puxar para uma direcção diferente, mas no fundo a conjugarem-se na perfeição. Isto é "The Boy With Perpetual Nervousness", faixa de abertura. Depois entra "Fa Cé La", único single extraído do álbum e entende-se porquê - é a música mais curta do álbum, de apenas 2 minutos e das poucas que respeita a estrutura convencional verso-refrão. Voltamos depois a uma entrada em crescendo, do qual faz parte um silêncio inicial de vários segundos para "Loveless Love" e o seu riff de guitarra constante e dominador que perdura 3 minutos, altura em que a música toma um rumo diferente, o disco parece que salta para outro ponto. Volta depois a calmia antes de entrarmos na recta final com uma alucinante subida e descida de escala. Diria que é a música que melhor demonstra a forma de estar dos The Feelies, inconstante, incerteza sobre o que vai acontecer a seguir, dando ao disco laivos de uma simples jam session.
"Forces at Work" ainda demora mais a arrancar. Dos seus 7 minutos, o primeiro passa com silêncio total, mas depois arranca e parece que se vai dilatando aos poucos. Depois de "Original Love", música na qual estás mais presente a voz como instrumento complemento do que em qualquer outra, chegamos a "Everybody's Got Something To Hide (Except Me and My Monkey)", cover dos Beatles (presente no seu seminal White Album), à qual os Feelies deram um ritmo abrasivo, descontrolado.
Entrando no terço final, temos "Moscow Nights", "Raised Eyebrows" e o final dá-se com a música que dá nome ao álbum. 9 músicas em pouco mais de 40 minutos que são uma delícia e permitem perceber como terão influenciado bandas como os R.E.M. (Peter Buck devolveu o "favor" ao produzir o segundo álbum dos The Feelies) e Yo La Tengo (originais de Hoboken, onde os Feelies tocavam com grande frequência). Obrigado aos senhores da Domino que decidiram ir buscá-los ao baú a que estavam vetados e mostrá-los de novo ao mundo, nem que seja só por mim, valeu a pena. Mostra que as coisas boas nunca morrem!
Sem comentários:
Enviar um comentário