E ao quarto disco de originais, os Monkeys demonstram bem o caminho que querem seguir. O seu próprio caminho, sem pressões de editoras para encherem estádios e se tornarem os meninos bonitos que arrastam milhões de teenagers atrás. Após o primeiro disco ter pegado de estaca e ter feito de quatro miúdos de Sheffield uma promissora banda e revelar, em especial, um carismático Alex Turner, os Arctic Monkeys começaram a desbravar o seu próprio caminho, e isso revelou-se nos discos, músicas e, sobretudo, letras seguintes. Não mais Alex Turner escreveria sobre os seus ténis preferidos ou encontros de adolescentes. Tornaram-se homenzinhos e cada vez melhores músicos. Do pujante Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, seguido da confirmação de selo de qualidade em Favourite Worst Nightmare, passando pela experimentação em Humbug, os pupilos de Turner chegam-nos agora com Suck it and See, título nada aconselhável para quem poderia querer manter um nível respeitável e de fácil aceitação. Este disco chega-nos dois anos depois de Humbug e apenas um mês após o EP a solo de Alex Turner, Submarine, banda sonora para o filme com o mesmo nome, realizado por Richard Ayoade. É de salutar esta corrente criativa até porque a qualidade de Suck it and See, não aparece de alguma maneira beliscada. Não é um disco fácil. Não cria raízes à primeira como nos dois primeiros discos. Surge na continuação do disco anterior mas com um piscar de olhos ao grunge. Mais crú e seco. Não há nenhuma música que se possa dizer que é "material de single". Tanto "Brick by Brick", cantada também pelo baterista, Matt Helders, como "Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair", são secas o suficiente para alienar grande parte do antigo público. É um disco que vai crescendo aos poucos, tornando-se essencial sem atingir as parangonas dos media. Por vezes, é melhor assim...
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