Diria que este álbum está no limite do ser ou não fresquinho, dado que foi lançado há já 3 meses, mas derivado do facto de me ter marcado mais do que qualquer outro lançado no último trimestre de 2010 achei que merecia destaque aqui no Altamont.
Os Deerhunter formaram-se em 2001, apesar de só em 2005 terem lançado o seu primeiro álbum, Turn it Up Faggot. Após mais 2 álbums e dois EP's, e vários projectos pessoais dos vários elementos da banda (destacando naturalmente o vocalista Bradford Cox e o seu projecto Atlas Sound) chega-nos então este Halcyon Digest.
Mergulhar neste álbum é mergulhar num mundo onde as nossas memórias reais se misturam com os nossos sonhos, até chegarmos a um ponto em que já não sabemos bem distinguir uma da outra. O próprio Cox refere no site da banda que o título do álbum é uma referência ao facto das nossas memórias estarem constantemente a serem re-escritas, levando à criação de uma memória condensada das nossas próprias vivências. E isto mesmo sente-se não só a nível das letras, mas também a nível sonoro, a utilização de uma alargada palete de instrumentos (guitarra acústica, percussão electrónica, banjo, harpa, harmónica, harmonias vocais e saxofone) cria vários níveis de camadas que são uma delícia de explorar, especialmente com a atenção que só os headphones permitem. Os próprios títulos das músicas, "Revival", "Memory Boy", servem para passar esta mensagem, mas diria que em termos sonoros é em "Desire Lines" que mais se tem esta sensação de andarmos perdidos em sonhos e vivências longíquas. E com a breca, sabe bem!
Não é um álbum que entra à primeira, mas muitas vezes estes são os que ficam mais tempo nos nossos ouvidos e na nossa cabeça.
Não é um álbum que entra à primeira, mas muitas vezes estes são os que ficam mais tempo nos nossos ouvidos e na nossa cabeça.
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