06 julho 2010

Rush - Beyond the Lighted Stage [DVD] (2010)


No panteão das grandes bandas, os canadianos Rush sempre foram uns outsiders. A imprensa ou a comunidade musical nunca se esquece de reverenciar o papel dos Beatles, dos Stones, dos Zeppelin, dos Metallica ou dos Nirvana na história do Rock. Mas com este power-trio formado por Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart a coisa nunca foi assim. O que no fundo é uma tremenda injustiça.
Talvez por serem demasiado” heavy”. Talvez por serem demasiado “prog”. O que é facto é que ao longo de mais de 40 anos de palco, os Rush venderam perto de 40 milhões de discos, tiveram 24 discos de ouro, 14 de Platina e as suas digressões continuam a esgotar como um simples estalar de dedos. Então: porquê são considerados à margem da indústria?

È o que explica o recém “rockumentary” – “Beyond the Lighted Stage”, um trabalho de respeito e consideração assinado pela dupla de fãs Sam Dunn e Scott McFayden (a mesma responsável pelo filme “Flight 666” com os Iron Maiden). Um trabalho tecnicamente perfeito, não só pela recuperação das imagens de arquivo (muitas delas nunca exibidas e julgadas perdidas pela própria banda), como pela construção da narrativa.

Há muitas maneiras de contar histórias, mas a dos Rush merece ser narrada. Não só por eles como pelo uso de uma parafernália de convidados que explicam porque é que esta banda merece estar no tal “panteão” das bandas” imortais”. Aqui aparecem contemporâneos como Gene Simmons dos Kiss (sempre igual a si próprio, convencido que é o melhor do mundo mas que no meio de tanto sarcasmo lá consegue dizer que os Rush são quase tão bons como os KIss); Keik Hammett dos Metallica (que aprendeu guitarra a ouvir as canções do Rush); Mike Portnoy dos Dream Theater (talvez a banda mais influenciada pelos Rush, porque afinal de contas a história do Prog-Metal começa com “2112 e não com “Images and Words”); Trent Reznor dos NIN (um fã imprevisível); Billy Corgan dos Smahing Pumpkins (que certamente foi buscar ao imaginário fértil de Neil Peart muita da inspiração para a escrita de letra de canções) e outros “obcecados” como Les Claypool; Vinnie Paul (Pantera) ou o actor Jack Black.

Todo o documentário é uma boa razão para celebrarmos o poder da música dos Rush (segundo Geddy Lee…”a maior banda de culto de sempre”) e porque é que ela é tão importante na história do Rock n Roll. Está certamente na altura de os críticos e toda a indústria “acordarem” e dar um prémio de carreira aos “rapazes”. Por isso este filme vem mesmo em boa hora…

PS: Já agora deixo aqui um repto bem grande a todas as promotoras de concertos deste País para que tragam os Rush a Portugal. Ao fim de 40 anos de espera…já merecíamos ver uma banda assim.

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