21 maio 2010

Peter Frampton – Thank You Mr. Churchill (2010)

Ora aí está mais um regresso de um dos grandes “desaparecidos em combate” do Rock: Mr. Peter Frampton! Com uma carreira que já conta com mais de 40 anos de actividade, 15 discos de estúdio, o grande salto para fama deu-se em 1976 quando o então jovem publicou o “ao vivo”, “Frampton, Comes Alive”, um dos discos seminais dos anos 70 e que por sua vez amaldiçoou para sempre a carreira do ex-Humble Pie.
15 Milhões de discos vendidos (6 milhões, só nos Estados Unidos), tornaram em Frampton (em 1976) numa “overnight sensation” que não foi capaz de capitalizar musicalmente os fabulosos ganhos desse monumental disco ao vivo. Sempre a descer em termos de vendas de discos e de popularidade, o guitarrista só voltou às luzes da ribalta quando aceitou o convite do amigo dos tempos de escola, um tal de David Bowie para fazer parte da banda de apoio da espalhafatosa “Glass Spider Tour”, em 1987.
Daí para cá, Frampton lá foi publicando um disco ou outro (sempre sem grande chama), feito uma tournée ou outra (com bastante sucesso no circuito de “golden oldies” ou rock clássico, nos E.U.A.). Enfim, os anos lá foram passando. À lustrosa cabeleira loira aos caracóis deu lugar a uma respeitável careca. No entanto, as qualidades de Frampton enquanto guitarrista mantiveram-se intactas. Um grande senhor das “seis cordas de aço” que infelizmente nunca foi valorizado nem pela crítica especializada, nem pelo público mais dado ao Rock.
Agora chega, “Thank You Mr. Churchill”, o décimo quarto de originais e com ele a vontade de recuperar algum do respeito perdido. Tirando o dispensável azeiteiro, “Vaudeville Nanna and the Banjolele é um disco em que Frampton “dispara em todas as direcções”. Desde os Blues-Rock (“I Want it Back” ou “Asleep at the Wheel”), passando pelo Pop-Rock, muito estilo do seu primeiro conjunto profissional os The Herd (1967 -1968) com “I´m Due To You” (uma excelente canção que não ficaria mal a Eric Clapton), à Soul com “Invisible Man”, até aos habituais instrumentais (“Suite Liberté”) “ditos normais” em discos cozinhados por “velhos feiticeiros da guitarra”. Mas melhor mesmo é postura Hard-Rock que essencialmente governa o disco. Estão aqui grandes malhas de fazer inveja não só aos Humble Pie (como “Solution”) como também aos anos perdidos e obscuros da carreira de Frampton. È o caso de “Road to the Sun”, cantado pelo filho Julian.
Parece mesmo que os maus tempos se foram embora e os dias ao Sol vieram para ficar! No entanto como já não resta muito tempo de actividade a Frampton, se este fosse o seu último de estúdio, já se podia reformar feliz e contente por ter voltado a “Rockar” como nos velhos tempos! “Frampton is still much Alive!”

Sem comentários: