28 abril 2010

Asia – Omega (2010)

A idade vai apertando. O tempo dos grandes sucessos vai longe. O último disco de estúdio (“Phoenix” de 2008) foi uma desgraça. E ao vivo as vendas de bilhetes também não são famosas. Perante um “cenário tão negro” como este, qualquer boa alma já teria desistido…não sem antes fazer uma pergunta: “mas o que é que vocês ainda andam aqui a fazer?”.
Pelos vistos a vontade de tocar e de fazer música em conjunto é demasiado enorme para desistir. E assim, para estes quatro veteranos que constituem o grupo mais “Pop” do Rock Progressivo, “a saga continua”…
“Omega” é sem dúvida uma boa surpresa, não só porque vem de quem vem, como talvez seja o melhor disco em que John Wetton, Steve Howe, Carl Palmer e Geoff Downes participam em mais de 20 anos.
Aqui recupera-se a aptência para a escrita de boas e curtas canções que apesar de terem uma base algo comercial, vão beber muitas influências às bandas das quais eles emanam (Yes, King Crimsom e Emerson, Lake & Palmer). Desta forma, os Asia renascem das cinzas capazes de agradar não só aos fãs do Rock dos anos 80, como piscam o olho a todos os velhos apreciadores dos anos 70.
Destaque principal, para o vocalista/baixista John Wetton que neste disco parece que os anos não passaram por ele. A julgar pelas fotografias de promoção, uma simples dieta alimentar e o corte total da ração de alcóol devem ter feito maravilhas ao ex-King Crimson que soa uns anos mais novo.
Destaco aqui duas ou três grandes canções do calibre dos Asia dos primórdios. Primeiro “Finger on the Trigger”, uma das grandes canções de “Rock FM” do ano e que tenho a certeza que seria um sucesso caso eles mandassem uns putos fazer o teledisco por eles. Fica a sugestão. Entretanto cabe-me acrescentar que os solos de Steve Howe (numa postura muito mais “Rock” que nos Yes) e Gofff Downes são soberbos.
Seguem-se os épicos “Holy War” e End of the World” que apesar de soarem muito a “anos 80”, têem lá qualquer coisa de muito melódico capaz de prender a nossa atenção. Goste-se (ou não), é impossível dizer que os arranjos de “Through My Veins” ou da balada “There Was a Time” não estão bem escalonados ou executados. O único momento talvez mais fraco seja a faixa “Emily” que com aqueles sintetizadores celestiais soa um pouco a “azeitice”. De resto tudo em ordem.
Com “Omega” os Asia acertam na ordem e conseguem fazer um disco que embora não seja o seu melhor de sempre, ou até mesmo dos melhores de este ano, é pelo menos um retrato honesto e simples das boas capacidades de quatro músicos que aos 60 e tal anos ainda sabem tocar como ninguém. E se o fazem por “puro gozo”, sem preocupações de criticas ou vendas…ainda melhor!

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