Há alturas na vida de uma banda que, por vezes, só apetece fazer algo diferente. Sair do registo, esquecer o que foi feito para trás e partir para um novo horizonte. Há quem mude drasticamente, para melhor ou pior, e há quem mude minimamente. Há quem procure sons mais futuristas, há quem volte atrás, às "roots". Howl, disco de 2004 dos BRMC é um exemplo disso. Onde antes a distorção era a palavra de ordem e a cidade urbana como pano de fundo, aqui o que se sente são os campos de algodão, os vastos campos de milho e o entardecer na pradaria. "Time won't save our souls" cantam os norte americanos em "Shuffle Your Feet" como antecipando um destino certo. O rock alternativo, muito influenciado por bandas como os Jesus & Mary Chain ou os Primal Scream, dá agora lugar ao folk/rock na senda de uns The Band ou Byrds, embora a voz lacónica e arrastada de Peter Heys continue lá como nos discos anteriores. A diferença está tanto nos instrumentos aqui utilizados, tanto guitarras acústicas ou orgãos, como na maneira em que a música é feita. Não é forçada, parece saída de um estúdio modesto no meio do Sul dos estados Unidos. "Devil's Waiting" ou "Ain't no Easy Way" não parecem em nada saídas deste século. Se o primeiro disco, B.R.M.C., os trouxe para a ribalta como uma nova esperança do rock alternativo, Howl faz-nos crêr que temos uma banda mais completa do aquilo que se pensava. Uma banda adulta por um caminho que não será fácil mas com quem podemos contar...08 dezembro 2009
Black Rebel Motorcycle Club - Howl (2004)
Há alturas na vida de uma banda que, por vezes, só apetece fazer algo diferente. Sair do registo, esquecer o que foi feito para trás e partir para um novo horizonte. Há quem mude drasticamente, para melhor ou pior, e há quem mude minimamente. Há quem procure sons mais futuristas, há quem volte atrás, às "roots". Howl, disco de 2004 dos BRMC é um exemplo disso. Onde antes a distorção era a palavra de ordem e a cidade urbana como pano de fundo, aqui o que se sente são os campos de algodão, os vastos campos de milho e o entardecer na pradaria. "Time won't save our souls" cantam os norte americanos em "Shuffle Your Feet" como antecipando um destino certo. O rock alternativo, muito influenciado por bandas como os Jesus & Mary Chain ou os Primal Scream, dá agora lugar ao folk/rock na senda de uns The Band ou Byrds, embora a voz lacónica e arrastada de Peter Heys continue lá como nos discos anteriores. A diferença está tanto nos instrumentos aqui utilizados, tanto guitarras acústicas ou orgãos, como na maneira em que a música é feita. Não é forçada, parece saída de um estúdio modesto no meio do Sul dos estados Unidos. "Devil's Waiting" ou "Ain't no Easy Way" não parecem em nada saídas deste século. Se o primeiro disco, B.R.M.C., os trouxe para a ribalta como uma nova esperança do rock alternativo, Howl faz-nos crêr que temos uma banda mais completa do aquilo que se pensava. Uma banda adulta por um caminho que não será fácil mas com quem podemos contar...
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2 comentários:
este album é bem melhor que muitos que tu chamas de "melhores da década"...
É, sem dúvida, um dos discos da década...
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