07 dezembro 2009

Álbuns da Década: #4

Devendra Banhart - Cripple Crow (2005)




E de repente o freak que tocava sozinho aliado à sua guitarra e aos seus sons inspirados pelos Tyranossaurus Rex de Marc Bolan deu o passo seguinte. Arranjou uma banda, descobriu novos sons e tudo mudou na vida de Devendra Banhart. Nascido no Texas, criado em Caracas e mais tarde Los Angeles, Devendra só se descobriu após a sua passagem pelo instituto de artes de São Francisco. Interessado por todo o tipo de artes, da música à pintura, o hippie ou freak, cedo começou a gravar sons seus em pequenos gravadores de pouca qualidade apenas para sua própria recreação e não para divulgar ao mundo. No entanto, encorajado por amigos, Banhart partiu pelo mundo tocando aqui e ali à procura de algo que só surgiu em L.A. e que lhe proporcionou a gravação do seu primeiro disco Oh Me Oh My.... Recebido com grande entusiasmo, Banhart continuou na sua senda intimista, ele e a sua guitarra, deambulando por um número ínfimo de canções pelos álbuns seguintes: Rejoicing in the Hands e Niño Rojo. Talvez por achar que uma mudança seria necessária ou apenas porque acontece, Banhart reuniu-se com um grupo de amigos, saindo em digressões com uma banda completa, musculando o seu som, dando-lhe outras componentes. O resultado em Cripple Crow é uma delícia. 23 músicas que vão desde o folk ao folk-rock, passando pelo rock psicadélico. Mensagens de paz, amor e alegria são constantes e cada música tem a sua própria textura bem vívida, sentindo-se perfeitamente o divertimento e união dos músicos na feitura deste disco. Até uma referência a Portugal é feita com "Santa Maria da Feira". Um disco essencial na discografia de Banhart.

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