13 outubro 2009

altamont ou alta-monte, man!

Este blog existe há já algum tempo, não sei precisar, uns anos, chama-se altamont não sei ao certo porquê talvez uma ligação para aquela fastidiosa máxima que já 489574657456459 jornalistas críticos de arte opinionmakers bitaiteiros e bloggers empregaram dizendo que o rock morreu nesse dia digamos também fastidioso em que um tipo foi morto com uma facada por um digamos tipo ou digamos animal membro dos hell’s angels que por lá estava a fazer segurança ou digamos a ter uma oportunidade de espancar tipos ou digamos hippies, e quão eu gostaria de espancar hippies betos se fosse um membro dos hell’s angels mas não sou. Se foi por aí que se deu o nome ao blog, ou seja, para celebrar portanto a morte do rock, ahh... hmm... bem esqueci-me o que ia dizer, estou charrado.
Queria eu sim dizer, ah já agora para quem nunca viu veja o Gimme Shelter, um filme de uns tipos que eram irmãos e fizeram uma coisa interessante que foi lançar questões sobre toda a merda que se passou em vez de simplesmente o mostrar como normalmente se faz na maior parte dos documentários modernos como os que em breve se verão no doclisboa.
Dizia eu, estou sentado a ouvir um álbum de Blind Lemon Jefferson que coitado além de cego era gordo e a ler na internet este poema do bukowski que começa assim

I don't know how many bottles of beer
I have consumed while waiting for things
to get better


e apeteceu-me escrever um pouco também, o meu amigo fred aparece em entoação de janela e diz-me que tenho que ouvir a sua nova playlist, Man you got to. E daí visitei o blog.
Dizia eu, lembro-me de quando ele criou o blog, disse-me que tinha de contribuir com textos ou críticas – já é a segunda vez que quando vou a escrever críticas, escrevo crísticas, terceira vez, não entendo mesmo porquê – ou o-que-o-valha, e desde aí que tenciono fazê-lo. Devo dizer que já o tentei por diversas vezes. Uma vez há já muito muito tempo comecei uma crítica a um álbum de Ali Farka Touré mas encalhei porque não sabia sequer quais os instrumentos que estavam a ser utilizados para além da guitarra, depois ia escrever algo sobre essa maravilhosa banda rock japonesa do fim dos anos 60 os Happy End mas foda-se que sei eu do contexto musical/político/social da altura na puta do Japão (que nem sei onde fica) para poder falar disso, depois pensei numa espécie de reportagem ou digamos ejaculação literária ainda a quente vinda do transe do concerto alucinante que foi o de Aka Moon na Culturgest há um ano ou sei lá eu, mas depois dei-me conta de que não sabia quantas teclas tinha um saxofone ou o que é uma escala pentatónica – não que eles estivessem muito interessados nisso – ou seja, nunca consegui publicar – já se pode chamar publicar a isto? (a isto digo, num blogue – o termo já leva ue no fim?) – aqui ou em qualquer outro blogue um texto sobre música visto que de música eu não percebo nada ou pelo menos não percebo o suficiente. Oiço muita, já-ouvi-mais-já-ouvi-menos, já tentei estudar guitarra e piano e outra vez guitarra e sou um nabo, arranho uns blues na harmónica em jeito autodidáctico mas a verdade é que sou um leigo na matéria, um mero consumidor apesar de já não comprar música à excepção dos discos da editora Clean Feed porque eles mais que merecem e por falar nisso tenho que ir comprar o último álbum do meu amigo – é melhor dizer conhecido não vá ele ler isto e achar Eh-lá essas confianças – Júlio Resende (joguei umas vezes à bola com ele e ainda assim lembro-me de ter levado umas caneladas) e pronto sim sou um consumidor ao nível de concertos se bem que ando sempre à pesca do mais baratinho que há e é uma pena ter terminado o gratuito ciclo Jazz às Quintas no CCB que trouxe cá músicos como o Avram Fefer e o Daniel Levin que podem não ser bons para ti mas são bons para mim e claro continuo a falar do contributo da Clean Feed pois foram eles que estiveram por trás desta iniciativa, bem como do ciclo Isto é Jazz? na Culturgest e do Festival Jazz ao Centro em Coimbra com a tão simpática repercussão no Jazz nos Capuchos onde eu tive o tal orgasmo auricular de que um dia vos falei a ouvir o electrizante Peter Brotzmann a soprar por ali fora com a convicção com que eu sopro a minha harmónica se bem que eu não sei o que é uma escala pentatónica e o Peter sabe (presumo).
Dizia eu, estava aqui a ler uns poemas do Bukowski e a fumar um charro e inicialmente a ouvir o gordo cego mas agora a ouvir no myspace Rudresh Mahanthappa e isto porque ao na Culturgest e na Clean Feed e tal deu-me vontade de relembrar o que fosse daquele revelador concerto de dar cãibras na perna de tanto bater em que esse Rudresh se apresentou com o Steve Lehman há uns tempos que não sei precisar, estou charrado, e estava então a fazer tudo isso quando pensei AH, É DESTA que vou escrever um texto para o blog ou blogue mas mal comecei encalhei e escorreguei nas palavras técnicas como quem escorrega em, não sei o que ia dizer. De novo. Grande seca, tenho que correr, vou à cinemateca ver um filme do Carl Theodor Dreyer, não vos quero dizer o título, conclusões finais: queria portanto pedir-te desculpa fredi o’ fredi por nunca ter escrito uma crítica musical neste blog mas a verdade é que não me sinto com capacidades para tal porque não sei o que é uma escala pentatónica mas admiro bastantes esta gente que por aqui se ocupa a escrever sem o medo de estar a dizer baboseiras ou clichés que já 489574657456459 – repararam que é o mesmo número lá de cima - jornalistas críticos de arte opinionmakers bitaiteiros e bloggers disseram por tudo o que é comunicação social ou não. Seria bom ter mais crónicas ou textos soltos ou playlists ou links para o download ilegal de álbuns de música que não se encontrem em todo o lado mas pronto, há quem nunca tenha ouvido falar de Green Day e precise de um aconchego da crítica para ir a correr comprar-lhes um álbum. De qualquer forma o site está a crescer, tem público, é cada vez mais diversificado e isso apraz-me. Dito isto lá vou ter que investigar o suficiente para num próximo post ou poste divulgar a estas gentes de uma forma mais esclarecedora o que é esse fenómeno de orgulho para o povo português – ou pelo menos aquela parte do povo que é nacionalista; morram – que é a editora/distribuidora/promotora-de-concertos Clean Feed/Trem Azul, cuja fama já percorre uma carrada de países, onde inclusive já se organizam festivais de jazz com o nome próprio da editora, Ah mas... Isto é Jazz? Não sei, mas interessa-me e faz-me acreditar que ainda há quem goste de inovar neste mundo mesmo que esse alguém não tenha suficiente dinheiro para comprar um aston martin ou suficiente fama para figurar em suficientes blogues sobre música como este e outros, fim de pauta.

2 comentários:

Veronica Electronica disse...

... e mais vénias :)

(as primeiras ficaram ali ao lado, no fuçasbook :))

Cisto disse...

exactamente, ó ico