1969. Um dos anos mais míticos da história do mundo e da música em particular. O ano que viu o Homem ir à lua. O ano em que foi inventado o avião Concorde. O ano do Woodstock. O ano que viu um suposto Hippie (Charles Manson) tornar-se num profeta do apocalipse, ordenando matanças. O ano que viu os Beatles acabarem como grupo e os Led Zeppelin a começarem. O ano em que morre Brian Jones e nasce Dave Grohl. O ano em que Kadafi sobe ao poder. O ano ainda, em que Pelé marca o seu milésimo golo, é o ano que marca a queda de uma geração cheia de sonhos e esperanças. Uma geração que queria viver ao máximo. Essa mesma geração é representada no filme de Dennis Hopper e Peter Fonda, Easy Rider. A banda sonora reflecte o som da época. Desde o rock ácido dos Steppenwolf ao country-rock dos Byrds, passando pelo psicadelismo dos Electric Prunes e Jimi Hendrix. O mote dos Byrds com a belíssima "Ballad of Easy Rider" deu seguimento ao disco homónimo.
Após Younger Than Yesterday, os Byrds não mais voltariam a ser os mesmos. Constantes mudanças no elenco principal alteraram as fundações da banda. Tudo começara com a saída de David Crosby que se aliava a Nash e Stills e, mais tarde, a Neil Young. Chris Hillman e Gram Parsons, que viera substituir Crosby, também seguiriam o mesmo caminho, formando os Flying Burrito Brothers. O também substituto, baterista Kevin Kelley veria a porta da rua mais cedo do que pensava. Isto fez com que o único sobrevivente desta "limpeza de balneário", Roger McGuinn tivesse que arranjar uma nova banda. A primeira experiência surge com Dr. Byrds & Mr. Hyde, de 1968. Um disco ainda verde, com muitas pontas soltas e sem um rumo definido. O melhor estava para vir em Ballad of Easy Rider. Uma disco que serve perfeitamente para banda sonora de uma viagem pelo interior da América. Tem todos os ingredientes do folk-country-rock. Todo o universo de uma paisagem a perder de vista, a pradaria, as bombas de gasolina perdidas no meio do deserto, "Oil in My Lamp", as cidades fantasma, "Tulsa County", a influência cristã, "Jesus is Just Alright" e a mexicana,"Deportee (Plane Wreck at Los Gatos)" ou apenas a liberdade de escapar para onde se quiser, até à lua, "Armstrong, Aldrin and Collins", são sensações que este disco nos traz por demais.
Um dos melhores discos dos Byrds, naquele que foi um dos anos mais conturbados da década mais excitante de sempre. O ano que marcou uma viragem de muitas bandas para as suas origens...
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