02 dezembro 2011

Periferia: Cabaret Voltaire


E assim começou o Dadaismo a cantar...
Juntos novamente, desta vez vamos recuar uns anos no tempo. Vamos até 79, cinco anos após o aparecimento oficial da formação inglesa Cabaret Voltaire. Falo-vos do segundo single, lançado logo após a peça de apresentação "Nag Nag Nag". Ao contrário do que seria de esperar, "Silent Comand" desprende-se dos tiques mais óbvios do pre-pós-punk e capitaliza o leque de instrumentação através de maneirismos esquisitos, especialmente nas teclas, e algumas inflexões vocais um tanto ou quanto teatrais. São duas vozes, ou talvez mais, a caminhar numa linha de cumeeira mental próxima da insensatez. E pelo meio uns samples de cinema francês(é possível reconhecermos as palavras de Michel Piccoli falando acerca de uma mulher iraniana chamada "Anita"). A guitarra é a única referência que nos mantém agarrados a uma ténue realidade.
O sentimento geral oscila algures entre a electricidade hipnotizante experimental de um punk-rock bizarro e uma paródia teatral afrancesada.
Trata-se claramente de um tema intemporal. Hipnótico estranho e cativante, aquando do seu lançamento, "Silent Command" é ainda hoje tão bizarro como sedutor. E será certamente amanhã, o que prova mais uma vez o extraordinário talento de Richard H. Kirk.

1 comentário:

ico costa disse...

boa ANÓNIMO.

continua com os teus bons posts e a tua divulgação de boa música (periférica).

afinal é disto que se pede.