Os Pains of Being Pure at Heart conquistaram-me com o seu primeiro álbum, homónimo, de 2009. Foi mesmo daqueles casos de amor à primeira vista (audição, neste caso), que me levou inclusivé a deslocar-me até à simpática (e distante de Lisboa mas distância essa sempre recompensadora) vila de Paredes de Coura para os ver ao vivo. Com mil raios, até afugentei uma jovem espanhola carente de afecto que meteu conversa comigo durante o concerto para os ver com a devida atenção! Acho que desta forma já dá para ter uma ideia do nível de expectativa (ou expetativa? o editor do blog já se pronunciou sobre qual a nossa abordagem ao acordo ortográfico?) que rodeava a chegada deste Belong, álbum que surge depois de um docinho em forma de EP e de nome Higher than the Stars que nos foi oferecido o ano passado. E o que se passou ao meter o CD a girar? Temo dizer que fiquei com um sabor amargo na boca. Eu, de certa forma, sabia que ia acontecer, não ia ser fácil, culpa em parte minha por meter fasquia alta. Principalmente senti que as músicas estavam mais moles, que a voz estava mais melosa, que a dor de ser puro no coração os tinha atingido com maior força desta vez e a energia que tinha sido uma das coisas que me atraiu neles tinha ido abaixo. E quando acabou, passadas apenas 10 músicas, fez lembrar-me a clássica piada do Woody Allen no início do Annie Hall - tão fraco e ao mesmo tempo tão pouco? Decidi que isto não ficava assim, eles não podiam fazer-me isto e resolvi colocar o CD do início outra vez. E foi a meio da 3ª música (a que vos deixo para já abaixo, e mais logo prometo que meto grooveshark) que começou a fazer-se luz. Comecei a ver ali mais qualquer coisa quiçá a meio do refrão "She was the heart in your heartbreak/ She was the miss in your mistake", ou das palmas e do sintetizador intercortado com a guitarra solo. Pode ter sido isso, já não sei bem. Mas o que é facto é que o resto do álbum me soou muito melhor a partir daí, num registo diferente do anterior mas que ao mesmo tempo encaixa bem no ambiente da banda. E suponho que seja isto que todas as bandas querem para o seu 2º álbum.
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