12 julho 2010

Sting – Symphonicities (2010)

Depois da aventura que foi a lucrativa tournée dos Police, mas com resultados musicais muito abaixo das expectativas, Sting voltou-se para o caminho da música clássica com contornos Pop. Primeiro foi com o excelente disco de alaúde “Songs from the Labyryth”, depois com o Natalício “If on a Winter´s Night”, que injustamente passou ao lado da maioria do público e agora com este “Symphonicities”. Uma obra em jeito de “best-of”, com uma orquestra de fundo (a Royal Philharmonic Concert Orchestra) a qual ajuda o autor de “Message in a Bottle” a transformar alguns dos seus temas “de sempre” em peças de cariz mais clássico.
No fundo “Symphincities” (título que é uma espécie de antónimo da “Synchonicity” dos Police) faz aquilo que o ao vivo e maioritariamente unplugged “All This Time” fez há dez anos: trocar as voltas às músicas e vesti-las com novas roupagens. Só que desta vez as roupas que Sting trouxe para enfeitar os velhos êxitos como “Roxanne” ou “Englishman in New York” são muito mais refinadas e subtilmente sofisticadas.

Conduzida na maioria dos temas por Rob Mathes, a Royal Phillarmonic dá aqui um ar da sua graça na gestão do cruzamento das sensibilidades clássicas com as melodias mais Rock. O prémio de melhor arranjo vai mesmo o Punk travestido de opereta em: “Next to You”.

Mas aqui nem tudo são virtuosidades. “Every Little Thing She Does is Magic” perde um bocado do seu carácter e acaba por soar a banda-sonora de segunda linha de um filme da Disney. E “When We Dance” soa demasiado colado à versão original o que torna a sua audição completamente dispensável.

Podia ser um disco melhor, se Sting tivesse experimentado dar outro tipo vida a temas como “I Burn for You” ou a ”She´s too Good for Me”. Talvez devesse ter puxado mais pela sua veia de crooner (como no bem conseguido “You Will Be Ain True Love”), ou então partir para caminhos menos óbvios como demonstra o aborrecido easy-listening de “The End of the Game”.

Quem o ouve no início do disco, parecia que Sting estava com vontade de arriscar tal como Peter Gabriel o fez no similar e recente “Scratch My back”. Mas não adianta comparar “o trigo com o joio”. Com Sting já se sabe que é tudo muito certinho, sem azo a grandes riscos ou saltos musicais. Ainda por cima com a reforma quase à porta, nem vale a pena arriscar...

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