29 julho 2010

Haken – Aquarius (2010)

Custou, mas foi! Passadas quatro décadas da sua génese e depois de uma longa travessia do deserto, temos de aceitar os factos tal como ele são: o Rock Progressivo está de volta!
E com ele uma nova geração de bandas que apesar de ainda reverenciarem o som dos seus antepassados” dinossauros” (Yes, Genesis, Pink Floyd, King Crimson, etc), dão uma nova leva de “ar fresco” a um movimento que há muito se julgava moribundo ou extinto. É o caso destes londrinos Haken, uma espécie de “Genesis à moda do século XXI”, com pitadas de sangue de metal dos Dream Theater e com alguns laivos pomposos à moda dos Queen ou dos Muse (vai dar exactamente ao mesmo).

Os Haken, formaram em 2007, guiados pela dupla ambiciosa de composição Ross Jennings (voz) e Richard Henshall (guitarra e teclados). A estes juntaram-se depois os talentos de Charles Griffiths (guitarra), Thomas Mclean (baixo); Raymond Hearne (bateria) e Diego Tejeida (teclas). Um sexteto poderoso e que musicalmente gosta de misturar diversos estilos. Com “Aquarius”, o seu lp de estreia, o grupo dá um passo gigantesco rumo a uma carreira a sério.

Claro que não se espera que uma banda destas (cuja maioria dos temas roça a marca dos 10 minutos) venda milhões ou passe na rádio. Mas pelo menos podem ameaçar serem uma banda de “culto”. A música falará por si. Atrevam-se a espreitar o épico “Celestial Elixir”

Quanto a “Aquarius” temos aqui um álbum conceptual que narra a história de uma sereia ameaçada pelo aquecimento global e a progressiva destruição do planeta terra. Segundo o vocalista Ross Jennings “Aquarius” representa no fundo “uma metáfora para as espécies em vias de extinção”.

Preocupações ecológicas à parte, para quem é fã do género progressivo este pode ser bem um dos 20 melhores discos do género da última década. A execução dos músicos é brilhante, a construção dos ambientes e paisagens sonoras é excelente e a apresentação de temas como “Eternal Rain”; “Point of No Return” ou “Drowning in the Pool” fazem-nos pensar que ainda há grandes talentos por aí. Se tiverem os ouvidos apurados e as “antenas bem abertas” escutar este disco pode ser uma experiência bem interessante. Sem mácula.

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