Provavelmente o álbum mais esperado do ano, High Violet chegou na altura certa - mesmo antes de ir de férias. Foi então um dos álbuns que me acompanhou nas longas horas de avião, nos passeios de carro, nas esperas no aeroporto, o que permitiu uma maior atenção do que no carro a ir e vir do trabalho, para além de tempo para uma 2ª, 3ª e 4ª audições, que no caso dos The National são vitais. O mesmo já se tinha passado comigo com os anteriores Boxer e Alligator (ouvidos por este ordem e não a cronológica), que foram entrando aos poucos, ganhando o seu cantinho, e quando dei por ela já o "I won't fuck us over, I'm Mr. November" e o "You get mistaken for strangers by your own friends" (só para dar assim exemplos mais flagrantes) não me saíam da cabeça, como tantas outras frases proferidas por Matt Berninger. É muito complicado falar sobre a música dos The National, porque é uma música que se tem mesmo de sentir, não basta deixá-la tocar ao fundo, ou nos deixamos envolver ou nem vale a pena tentar. O Bonifácio diz que este rock é que é o perigoso, e concordo com isso na medida em que ao ouvir as letras vemo-nos num espelho, vemos as nossas angústias, receios e ficamos carregados de uma tensão que parece nunca alivia. Não há aqui um "Abel" ou um "Mr. November" para deitarmos tudo cá para fora, este High Violet deixa-nos a remoer, a pensar na vida. E tudo isto não só com as palavras, mas também com o ritmo das músicas, os magníficos arranjos de guitarras e percussão. Importa referir que para isto contaram também com a participação de Sufjan Stevens e Justin Vernon, que ajuda a alimentar a grandiosidade do álbum. Um álbum que importa ouvir e que acaba com um "I'll explain everything to the geeks." Será preciso dizer mais?
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