30 abril 2010

Táxi! Casal Ventoso, se faz favor!

Oub'lá qu'é que 'tás a fazer?
Quero é que tu te bás foder!
Qual é a tu'identidade?
Perdi-a'í p'la cidade!
P'ra qu'é que 'tás tod'à manière?
And'a ber se faç'uma mulher!

Rouba! Rouba! Rouba! Rouba!
Os que te querem bem!
Rouba! Rouba! Rouba! Rouba!
Os que te querem mal!

A triste notícia é que Mão Morta não chegou às novas gerações. Não havia assim tanta gente com menos de 25 anos no concerto de ontem no Coliseu. Não havia sequer tanta gente como eu esperaria. Erro de marketing ou "estou-me a borrifar para o marketing"?
Na minha opinião, a melhor banda de rock portuguesa, talvez a única séria, digo, verdadeiramente séria, digo, uma tentativa constante de  se superarem. Uma banda com um autor que sabe bem o que quer dizer, que é fiel à sua visão amargurada  e desperançada do mundo e das cidades e que usa as palavras como não é muito comum ver-se na atmosfera do rock, e sim com ardor e rouquidão.
Não foram feitos para o Coliseu, não foram feitos para a ribalta. Talvez por isso os adolescentes já não oiçam Mão Morta, estúpidos adolescentes, estúpidos. Talvez se cedessem músicas para telenovelas ou usassem pirotecnia nos concertos ou lançassem mais best of's ou deixassem de fazer álbuns conceptuais ou deixassem as letras negras sujas poeirentas, talvez assim os Mão Morta conquistassem as novas gerações.
Lançaram agora uma caixa com os quatro primeiros álbuns, custa menos de trinta euros, em baixo alguns exemplos. Está dito.

Na indecência da cidade
Fogaréus de mácula
Em cenários de fausto
Arrepiada nudez
De corpos contrafeitos
Dói-me a Alma
Dói-me a Alma
Dói-me a Alma
Dói-me a Alma

1 comentário:

Du disse...

Mt bom.
ico, quais as pavaras que puseste na pesquisa para encontrar a foto dos estúpidos adolescentes?