11 janeiro 2010

Paul Simon - Graceland (1986)

No dia em que é editado o novo disco dos Vampire Weekend fica sempre bem não esquecer as principais influências e essas estão a cabo de Paul Simon, mais concretamente com Graceland.
Após os anos dourados da parceria Simon-Garfunkel, cada um seguiu o seu rumo. Art Garfunkel, apesar de ter uma boa voz nunca foi grande letrista, sentindo muito mais dificuldade em ter uma carreira a solo de sucesso. Paul Simon por seu lado começou a sua carreira a solo como tinha acabado a do duo. Em grande. Paul Simon (1972), There Goes Rhymin' Simon (1973) e Still Crazy After These Years (1975) foram grandes marcos na sua carreira que ia de vento em popa. No entanto os anos 80 foram muito duros com o músico nova-iorquino. Um passo em falso com a banda-sonora de One Trick Pony (1980) seguido de um falhanço comercial com Hearts and Bones (1983) começavam a fazer parecer que a luz de Simon estaria a apagar-se. Contudo, contra todas as expectativas, Paul Simon mudou de rumo e foi procurar inspiração a outras paragens. Influenciado por uma música instrumental da banda Boyoyo Boys, "Gumboots", a qual Simon regravou com letras suas, e contando com a ajuda de músicos sul-africanos, Simon cria em Graceland um híbrido de sons que vão desde África à América mais profunda. Os africanismos tão presentes em bandas recentes estavam já todos aqui neste disco. Seja na poética "Diamonds on the Sole of Her Shoes", seja na abstracta "Boy in the Bubble" ou na satírica "I Know What I Know". A música que dá nome ao álbum é o exemplo desse africanismo híbrido que tanto soa a exótico como familiar, tal como "You Can Call Me Al". Em Graceland, Simon voltou à ribalta tanto a nível comercial como, mais importante, a nível musical. Um clássico.

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