Um álbum que custa 3 euros, numa loja, é mau.
Não.
Estava eu numa valentim de carvalho, quando a minha prima chamou a minha atenção para um cd que custava 3 euros, e que tinha na capa 3 sul-africanos com um ar muito anos ’70.
Além do ar “rude” da banda, e do nome Boyoyo Boys, o preço também era apelativo. Naturalmente comprei o cd, e vim a descobrir a melhor compra que já fiz (na relação qualidade/preço) na minha vida.
Estes sul-africanos fizeram furor no fim dos anos ’60 e princípios de ’70 no seu país. Depois chegaram ao estrangeiro, onde também tiveram algum sucesso. Mas quando, a dada altura, o baterista foi morto à facada, numa luta de bar, a banda cessou actividade. A história trágica nada tem a ver com o conteúdo da música e do sentimento desta banda.
Mas o que fica é a música – e a que os Boyoyo fizeram ficou mesmo. Esta inspiração valeu a Paul Simon um Grammy (com a álbum “Graceland”). Ou mesmo neste ano de 2008 “saíram” os Vampire Weekend, que devem ter os álbuns de Boyoyo a tocar no leitor do carro.
Legado à parte, a música destes rapazes franzinos é simples e directa.
Está evidente o africanismo, aquele ritmo-vibração que não existe e não se sente em mais lugar nenhum da Terra.
Bastam 4 elementos (bateria, baixo, guitarra e saxofone) para criar uma festa – a pista de dança está a meio mar entre África e as Caraíbas, o sol nunca se põe, e cada corpo flúi, sem pensar em nada, apenas a sentir.
O som dos Boyoyo Boys é puro, sem vocalização, mas com muito sentimento. E geralmente um sentimento alegre, descomplicado, puro. Que transporta o ouvinte para esse local a meio do mar, sem mais nada à volta.
Um som que junta simplicidade, ritmo e melodia contagiantes, um saxofone que canta, e leveza de espírito.
Diz-se que 3 foi a conta que deus fez – não sei por quê. Mas o álbum que tenho (Back in Town) tem 10 músicas, cada uma com a duração de 3 minutos, o que dá um cd com 30 minutos. Que custou 3 euros..
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