10 fevereiro 2009

Wolfmother


O futuro dos "Wolfmother" está envolto num manto de dúvidas: Chris Ross (baixista e teclista) e Myles Heskett (baterista) abandonaram o grupo australiano por "diferenças irreconciliáveis" com Andrew Stockdale (vocalista e guitarrista) que já arranjou substitutos para os lugares vazios. O "frontman" actuou, recentemente, com os novos companheiros num pequeno concerto sob o nome "White Feather" apenas para despistar e retirar pressão: a designação "Wolfmother" deve continuar doravante.

Estes é o dia-a-dia dos Wolfmother, banda que não edita um álbum (Wolfmother) desde 2005 (o único, aliás), álbum esse que os trouxe para a ribalta como uns dos múltiplos protagonistas do movimento revivalista do rock feito nos 70's. Recordo-me de uma crítica feita por Mike Patton, vocalista de grupos tão icónicos como os Faith No More e Phantom, o qual se referiu aos Wolfmother como meros reprodutores de música anteriormente feita. Ou seja, imitadores. Concordo com o progressista Patton mas não deixo de ficar feliz com esta onda neo-psychedelic-hard-rock do qual os Wolfmother parecem fazer parte.

Isto, porque prefiro bandas inspiradas por Led Zeppelin, Pink Floyd, AC/DC e que as tenham como referências em detrimento de alguns "one-hit wonders" dos 80's. Para já, a longa carreira dos ídolos permite-lhes sustentar a música que agora reproduzem, com outras bases e ideias que, embora não originais, podem (e devem) ser recriadas.

Neste contexto, gosto do álbum dos Wolfmother, onde a influência de Black Sabbath, AC/DC e Led Zeppelin é por demais evidente tanto na voz como na instrumentalização. As canções "Woman" e "Dimension" são extraordinariamente viciantes pelas guitarradas estridentes (1.ª) e riffs em escala (2.ª) - Stockdale revisita Robert Plant e Ozzy Osbourne em ambas.

O problema, parece-me, foi não terem conseguido focalizar-se numa só ideia de álbum. Quiseram-no fazer o mais abrangente possível e tocar em todas as folhas que compõem o leque de opções providenciado pelo "rock". Há aproximações ao punk, por exemplo na Apple Tree, que não se encaixam no fio condutor do trabalho destes australianos. Outros momentos, mais melancólicos, fogem, igualmente, ao ADN do álbum que, a espaços, parece perder a identidade. Apesar de tudo, consumido como um todo, Wolfmother é bom e traz-nos de volta muitas das boas coisas que se fizeram nos 70's.

1 comentário:

OQE1BLOG disse...

Nota: Fantômas. A não ser que haja qualquer coisa que me esteja a escapar ;)