08 maio 2009

Derek and the Dominos - Layla and Other Assorted Love Songs (1970)

Se há álbum de amor, coração partido e respectivo carpir de mágoas então, a escolher um, seria Layla and Other Assorted Love Songs sem pensar muito, se calhar nem duas vezes...
Layla, pseudónimo para Pattie Harrison, mulher do Beatle George, inspirou um disco composto na sua maioria por Eric Clapton, numa das piores fases da sua vida.Eric sempre fora um músico que não gostava de ficar parado. As suas incursões por várias bandas ao longo da sua carreira foram disso exemplo, senão vejamos: Yarbirds, John Mayall's Bluesbreakers, Cream, Blind Faith. Todas estas participações fizeram que fosse considerado um dos melhores guitarristas da sua geração, no entanto, continuava a preferir esconder-se entre um grupo do que lançar-se às feras a solo.
Derek and the Dominos surge em meados de 1969 com o ruir de duas bandas. Blind Faith, formada por Clapton, Steve Windwood, Ginger Baker e Ric Grech e Delaney, Bonnie & Friends, que contava com os músicos Bobby Whitlock, teclista, Carl Radle no baixo e o baterista Jim Gordon. A Clapton, Whitlock,Radle e Gordon associou-se o guitarrista dos Allman Brothers, Duane.
Não sendo um disco quase a solo como muitas pessoas o referenciam, Layla and Other Assorted Love Songs é uma extensa carta de amor e dor de Clapton, em parceria com os restantes elementos da banda.
O disco é essencialmente marcado pelos blues. Algumas músicas mais melódicas: "Bell Bottom Blues", "I Am Yours", outras mais puro blues: "Nobody Knows You When You're Down and Out", "Have You Ever Loved a Woman?" e ainda outras mais rock: "Keep on Growing", "Anyday", "Why Does Love Got to be So Sad?", mas nunca fugindo ao mesmo tom e tema do álbum.
A cereja em cima do bolo chega com a versão de "It's Too Late" de Chuck Willis, tocada de forma tão emocional por parte de Clapton que é impossível ficar indiferente e Layla, o clímax do disco.
No entanto, é um disco/grupo que fica marcado por tragédias, abuso de drogas e desilusões, vindo a terminar ao fim de pouco tempo.
Durante as gravações do disco, Clapton ficou atordoado com a morte do seu "rival" Jimi Hendrix, decidindo incluir a versão de "Little Wing" que tinham gravado uns dias antes, acabando por tornar-se numa das melhores músicas do disco.
Após alguns concertos pelos EUA recheada de drogas e álcool, a banda preparava-se para a sua primeira tour a sério, quando mais uma tragédia se abateu. Duane Allman morre num acidente de moto. A estas tragédias juntou-se o facto de o álbum não ter sido um êxito. Clapton levou este facto a peito e decidiu que estava na altura de se assumir, sair da zona segura escondido atrás de bandas. Derek sempre fora Eric Clapton e Layla era Pattie Harrison.
Nunca chegou a haver segundo disco, a banda simplesmente dissolveu-se entre sessões de gravação.
Carl Radle viria a falecer em 1980 devido a problemas no fígado, potenciandos pelo abuso de drogas e álcool.
Jim Gordon, sofredor de esquizofrenia não diagnosticada matou a sua mãe com um martelo em 1983, vindo, no ano seguinte, a ser internado numa instituição mental onde ainda hoje permanece.
Bobby Whitlock lançou, pouco tempo depois do fim da banda, um álbum a solo com algum sucesso e tem tido uma carreira decente.
Clapton, esse, viria a tornar-se num recluso, entregue às drogas e, ainda, sem Pattie(viria a conquistar o seu amor apenas em 1979, escrevendo "Wonderful Tonight" em sua autoria), apenas aparecendo, ainda que uma sombra de si próprio, durante o concerto para Bangladesh, organizado por Harrison e no Rainbow Concert, organizado por Pete Townshend para ajudar Clapton a reconstruir a sua vida e voltar a aparecer como um dos reis da guitarra.
Anos mais tarde, a história viria a dar valor e a colocar Layla and Other Assorted Love Songs num pedastal como um dos discos mais importantes da música.



3 comentários:

Vasco disse...

johnny cash

Cisto disse...

bom artigo. n entendi uma coisa: o Clapton enamorou-se da mulher do Harrison, foi?

frederico disse...

foi pois...viria a casar-se com ela mais tarde...