13 janeiro 2009

DiG! (parte dois)

Decido escrever a parte dois do texto acerca do documentário DiG! num momento de terrível aflição, pois sinto a tripa a rebentar, interrompida apenas por um virgem esfíncter. Por alguma razão decido aguentar e escrever este post, resoluto a evacuação tardia. Freud teria algo a dizer sobre isto.
Pois bem, a questão é que estava eu em Roskilde, naqueles dias chuvosos e lamacentos do Verão de 2007, de botas de borracha até às virilhas, impermeável em forma de poncho, boné género Che Guevara e através das gotas pousadas nas lentes dos meus óculos aproximei-me do palco onde iam tocar os The Brian Jonestown Massacre, banda desconhecida para mim, mas cuja dica do Mr. Mustard segui.
Era cerca da uma da manhã, e eu bocejava com aquele festival, tristonho, lamacento, chato, seguro, onde a multidão secretamente desejava apenas que um novo acidente género aquele que ocorreu em 2000 com os Pearl Jam brotasse espontaneamente. Os ciganos de leste, agachados por entre as nossas pernas, recolhiam sofregamente os copos de plástico de cerveja vazios que os modernaços, estilosos, alcoolizados, sensuais europeus deixavam cair para a lama, em desprezo capitalista. Era um festival rock sem emoções, sem charros, sem heroína, sem fúria, sem amor, sem raiva, sem prazer. Um festival em que os festivaleiros fingiam passar um bom bocado, mesmo que imersos em lama, merda, mijo e infertilidade artística.
No meio da minha sonolência surge-me então esta banda, como que uma erecção que nos apanhou de surpresa e atingiu-nos a vista. Afastei o falo do globo ocular e deleitei-me com o pujante e espacial som que emanava do palco. De repente, à uma da manhã, estremeci pela primeira vez e pensei que a minha bicicleta iria permanecer ancorada naquelas grades durante algum tempo. 3 horas.
Evidentemente que o Anton Newcombe tem um problema emocional grave e os insultos e provocações que lhe saem da boca como quem bebe um gole de água são mais do que show off.
É do caos que brota a criação, pensei. A arte como reacção. E obviamente num ambiente estéril como este em que vivemos hoje, dominado pelas empresas corporativas, não pode levar a lado nenhum excepto para bandas-fashion género The Strokes, The Arcade Fire, e outras que tais que fazem a malta acreditar que são autênticas e não fruto duma onda qualquer.

Resumindo:

Quando uma mulher toma quantidades importantes de antibiótico de amplo espectro por causa duma amigdalite, corre o risco de ter as bactérias que colonizam saprofitamente a sua vagina eliminadas também, em jeito colateral. Ora, essa esterilidade embora à primeira vista pareça saudável (ninguém quer ter bactérias em lado nenhum) faz com que os locais que elas ocupavam fiquem livres para outras bactérias aparecer, essas sim prejudiciais à saúde. Surgem então infecções urinárias, de origem bacteriana ou até mesmo fúngica.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que post sinistro.

Juan Muñeca disse...

Só não entendi a tua tese «antibioticoterapia e a micose vaginal» na análise da (falta) de originalidade das bandas rock pós-modernas, ó Cisto.