O fresquinho desta semana vai para uma banda que foi uma das grandes revelações dos anos 2000. Uma banda que ameaçou estremecer com as fundações das editoras discográficas ao gravar, lançar, publicitar o seu primeiro disco, chegando mesmo a lamber os próprios envelopes. A (boa) questão aqui é que o disco, de nome homónimo à banda (Clap Your Hands Say Yeah) provou que se podia realmente fazer boa música à margem da indústria clássica sem dar o mínimo cavaco aos tubarões das editoras. Lançado em 2005, no auge do indie rock, o primeiro disco da banda trazia alguma fogosidade das guitarras mas também o pop carnavalesco meio à imagem de uns indie DIY (Do It Yourself) Talking Heads. A sua performance no festival Super Bock Super Rock (um dos melhores cartazes au courant que passaram por Portugal) mostrou que estava ali uma banda que poderia de alguma forma mostrar o caminho para esta nova geração, pois não se tratava apenas de uma banda que jorrava guitarradas e sintetizadores. No entanto a realidade foi outra. Quem "mandou" nisto foram os Strokes, Arcade Fire, Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, entre outros e os Clap Your Hands Say Yeah foram ficando para trás esquecidos. O seu segundo disco, editado em 2007, Some Loud Thunder, nunca chegou a pegar e eu, sinceramente, não me recordo de lhe ter dado uma segunda audição. Este ano, para meu espanto pois julgava-os extintos, vi o anúncio de um terceiro disco numa revista da especialidade. Como sempre lhes nutri algum carinho e apreço, quis saber o que nos tinham a dizer passados mais de quatro anos desde o seu último trabalho. Ora Hysterical começa com um misto de sentimentos. Sinto que já ouvi isto antes e gostei mas hoje em dia diz-me pouco, muito pouco. Este som demasiado perto dos Killers não é bem o que esperava quando uma banda decide fazer um hiato de quatro anos e meio. Depois do agri-doce em "Same Mistake", segue-se o mesmo erro (no pun intended) em "Hysterical". Muito sintetizador, muita guitarrada, alguma emoção mas a mesma matriz de "For Reasons Unknown". Muita parra, pouca uva. Em "Misspent Youth" a colagem agora faz-se aos James mas sem grande proveito. A música não chega a descolar, mais ou menos como o resto do disco. Os momentos altos deste disco são "Into Your Alien Arms" que começa com um clima mais atmosférico para em seguida explodir numa guitarrada desenfreada mas que faz sentido, "The Witness's Dull Surprise" que faz lembrar alguns bons momentos do primeiro disco e "Adams Plane" com o seu final algo inesperado a fazer sobressair.
No entanto, faz parecer que, depois deste tempo fora, a banda de brooklyn começa por pôr o pé na água a ver como é que isto está hoje em dia para saber que caminho seguir. Ora o meu conselho é este: rapaziada, assim como está, não vai dar...
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