Conheci a Colleen (verdadeiro nome Cécile Schott, não confundir, portanto, com o filantropo Fil Colíns) em Palmela no seu afamado Castelo que por tantas vezes se vê de Lisboa, por detrás de uma bruma, quando a há, em 2006. Do que dela sabia eram os dois primeiros albuns, The Gold Morning Breaks e o Everyone Alive Wants Answers (bom título, este, cuja tradução directa seria Todos Os Vivos Querem Respostas, mas o que me fica a martelar na cabeca eh Os Mortos Não Fazem Perguntas, e isso só poderá ser porque esses encontraram já todas as respostas). O que me agrada dos supra citados trabalhos é a delicadeza líquida intra-uterina das composições sem cair na lamechice que por vezes se encontra nalguns projectos nórdicos (Lau Nau, por exemplo, soa a adolescentes tranvestidos pining for the fjords). Os loops de Colleen parecem samplados duma forma antiga, tão antiga como caixas de música (apesar de não terem sido utilizados estes objectos musicais no processo de construção).
De facto era isso que diziam dela, música trazida de uma infância que nunca aconteceu and all that. Corridos esses dois muito aceitáveis discos, Cécile teve a brilhante ideia de começar a fazer musica com justamente caixas de musica - if it sounds like them, it has to have them. O concerto incluíu a participação dos Naja Orchestra - aos quais foi incumbida a tarefa de samplarem a Cécile por cima do que ela ia fazendo - no que acabou por ser uma desgraça do caralho.
Deixo-vos aqui o segundo e terceiro discos de Colleen, Everyone Alive Wants Answers e Colleen Et Les Boites A Musique para o caso de haver por aí algum leitor capaz de sobreviver à ideia de que musica electronica não é equivalente a bunz bunz bunz txiga-bunz bunz e que esteja num dia mais melancólico e num estado de espirito meio parolo, o que, entre vós, não há-de ser ser muito difícil ahahah.
PS: esta música é mais ao jeito de fechar a semana; para a começar sugeria o meu post anterior.
1 comentário:
Pareceu-me um bom som. transportou-me para umas paisagens distantes e soube bem.
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