18 fevereiro 2010

Ilustres Desconhecidos: The Great Society


Era uma vez, há muito, muito tempo, uma banda que vivia em São Francisco. E essa mesma banda tinha um sonho. Expandir as mentes das pessoas e dar-lhes felicidade. O que começou como um conto de fadas acabou como...bem o melhor mesmo é começar do início. Tudo começou em 1965, durante o Verão. Influenciados pelos Beatles, um grupo de rapazes de São Francisco quis começar a sua própria banda. Liderada por Darby Slick, a banda continha ainda a ajuda do seu irmão Jerry Slick, David Miner, Bard Dupont e, mais importante, a sua mulher, Grace Slick. Um pouco como o resto das bandas da altura como os Grateful Dead, Kaleidoscope ou Quicksilver Messenger Service, os Great Society também começavam a expandir a mente com drogas alucinogénicas e, obviamente, as letras e sonoridades das suas músicas reflectiam isso mesmo.
Ao fim de pouco tempo a banda começou a ganhar uma certa reputação na cena psicadélica da Bay Area e foi sendo cada vez mais respeitada. Em 1966 já começava a abrir concertos para bandas mais conceituadas como os Jefferson Airplane. É neste ano que a banda lança o seu primeiro single, "Someone to Love", parcialmente produzido por Sylvester Stewart, esse mesmo que viria a lançar-se no mundo da música com Sly & The Family Stone. O destino parecia estar nas mãos da banda californiana. O sucesso estava ao virar da esquina. No momento em que a editora Columbia estava prestes a oferecer um contrato de gravação, Grace Slick foi seduzida pelos Jefferson Airplane e deixou tudo para trás, incluindo o seu marido, Darby. O resto da história é já sobejamente conhecida. Grace levou "Someone to Love", regravado como "Somebody to Love" e "White Rabbit" para a sua nova banda. Ambas as músicas perderam o seu estilo mais improvisado e de influência oriental, ganhando, por outro lado, uma maior profissionalização. Os Jefferson Airplane que já eram uma banda com algum nome na Costa Oeste dos USA, passaram, com estes dois singles e o lançamento do seu segundo disco, Surrrealistic Pillow, a ser uma das bandas mais importantes do movimento psicadélico que começava a surgir. Os Great Society esses não aguentaram o rude golpe que tinham sofrido acabando por separarem-se sem sequer gravarem um disco oficial. Poucos anos mais tarde, foram lançados discos "bootleg" com gravações maioritariamente ao vivo da banda. Desta história trágica ficaram-nos os registos e esses são mágicos. "Sally Go Round the Roses", "Darky Smiling", "Daydream Nightmare", "Someone to Love" e o conto psicadélico de Alice no país das maravilhas em "White Rabbit" na sua versão longa e misteriosa são grandes exemplos de uma banda que acabou por ficar de culto e não apenas nota de rodapé na história de de Grace Slick e dos Jefferson Airplane.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não fazia a mínima ideia que os Jefferson Airplane tinham ido roubar uma vocalista e músicas a outra banda. Isto chama-se escândalo...