Trata-se de um ciclo de cinema e música em torno das origens do blues. Deverá interessar a quem se interesse tanto pela história como pela música. Há concertos, há palestras, há filmes.
| Em baixo a transcrição da apresentação do programa, disponível no site da culturgest. E mais em baixo ainda uns links de vídeos de alguns músicos que resistiram até aos anos 60, tendo assim a oportunidade de serem filmados já com cabelos brancos ou sem nenhuns. Nos anos 20 ninguém ia gastar película para filmar pretos, não é??
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Tecnicamente, trata-se de uma estrutura musical de doze compassos divididos em três frases de quatro compassos que se organizam em torno de três acordes (tónica, subdominante, dominante) alternando a voz ou o instrumento segundo um esquema AAB marcado pela alteração da terceira e sétima nota da escala diatónica (notas blue) cuja origem é habitualmente atribuída à influências das escalas pentatónicas africanas. Pode ser assim ou não exactamente assim, porque nos blues o essencial são os intérpretes. Os blues têm uma data de nascimento oficial: 14 de Fevereiro de 1929, quando a editora discográfica Okeh lançou um disco de Mamie Smith com um tema intitulado Crazy Blues. Passou-se isto em Nova Iorque, mas toda a gente está de acordo que os blues se formaram antes, ao longo do século XIX, entre a população negra dos estados do Sul, com destaque para o delta do Mississipi, a que o musicólogo Alan Lomax chama «a terra onde os blues começaram». Foi também a Lomax que o cantor de blues Leadbelly explicou: «Quando lá pela noite dentro andas dum lado para o outro e nada te deixa contente, faças o que fizeres, então os Velhos Blues apanharam-te». Em 2009 o Hootenanny foi dedicado a um dos berços da folk branca, as montanhas Apalaches; em 2010 procuraram o que Duke Ellington chamou a «folk music do povo negro», os blues. Começaram no Delta, mas, da Louisiana a Chicago, da pop ao rock, com passagem pela música erudita, são hoje uma influência essencial de toda a música popular, em particular, naturalmente, da que se faz nos Estados Unidos. Falar-se-á de duas figuras essenciais da história, Josh White e Robert Johnson. Veremos imagens e filmes, ouviremos falar deles, escutaremos a sua música pela voz autorizada de biógrafos: Josh White Jr. e Elijah Wald. Josh White Jr. fará ainda um workshop dedicado à técnica única de guitarra do seu pai. Ouviremos um dos mais prestigiados jovens pianistas de blues, Henry Butler e o grupo do guitarista Corey Harris, um dos mais importantes expoentes da cena de blues actual. Ouvir-se-á essa estranha e sensual sedução da devil’s music, da música do diabo – dos blues. Sábado 30 Corey Harris & The Rasta Blues Experience Segunda 1 Josh White Terça 2 Josh White Jr Quarta 3 A propósito de Robert Johnson Cadillac Records Quinta 4 Elijah Wald Sexta 5 Henry Butler Vídeos partilhados pelo ycutube: Josh White Pink Anderson Sleepy John Estes Son House Mississippi John Hurt
Skip James
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