E a geração de Brooklyn volta a mostrar que o fenómeno que apareceu naquela zona de Nova Iorque não foi apenas um hype passageiro. Após a década de 2010 ter sido estreada com o último disco dos Vampire Weekend, Contra e também o recentemente lançado Odd Blood dos Yeasayer, os MGMT não quiseram ficar para trás e surgem dois anos após o êxito de Oracular Spectacular com Congratulations. Se o primeiro disco do duo Wyndgarden-Goldwasser primou pela sonoridade festiva e inocente expressa em músicas como "Time to Pretend", "Kids" ou "Electric Feel", este segundo trabalho é como um acordar para a realidade e exigências do mundo adulto e todas as suas dificuldades e dores. Congratulations é, essencialmente, um disco muito mais introspectivo mas não fugindo à essência psicadélica dos MGMT, porém agora engane-se quem quer dançar até cair ao ouvir as suas músicas. Este disco é para quem tem um gostinho especial por certas bandas psicadélicas britânicas dos anos 60, em especial os Zombies ou os Nirvana [UK]. A influência de Odessey and Oracle e de Simon Simopath é gritante. O disco abre com uma das melhores músicas do álbum, uma que vai ficar no ouvido durante anos. "It's Working" é o seu nome. "Song for Treacy" mantém o mesmo registo enquanto "Someone's Missing" confere alguma melancolia ao disco. O single que serve de apresentação ao álbum demonstra claramente o caminho que a banda começa a aparentar seguir. Um som psicadélico, meio explosivo e com alguma alienação. Quem não gostar (muitos odiaram) que se vire para outro lado. As experiências continuam no "opus" de 12 minutos de "Siberian Breaks" com constantes mudanças de tempo e ritmos. "Brian Eno", como o nome indica é uma música-homenagem a um dos grandes músicos e produtores de todos os tempos. A música não o irá desapontar, decerto.
Os MGMT estão de volta, e ainda bem, pois estão melhores. A festa foi boa enquanto durou com Oracular Spectacular mas agora é tempo de seguir em frente e Congratulations é, claramente, superior.
Sem comentários:
Enviar um comentário