17 março 2010

Owen Pallett - Teatro Maria Matos - 11.03.2010


(fotos by Du, texto by Alex)

Owen Pallett @ Teatro Maria Matos, 11.03.2010

Vou começar a crónica deste concerto pela primeira parte. Só na altura descobri que iria haver uma primeira parte, e penso que no concerto do dia anterior tal não tinha ocorrido. Uma banda de nome Ava Infari. A grande maioria das pessoas não gosta das primeiras partes, mas eu por acaso nutro alguma curiosidade. Tento perceber o que fez com que esta banda tenha conseguido este slot, com a convicção de que o artista principal tenha tido algo a ver com aquilo. Pois bem, na passada 5ª feira esta minha ideia foi estilhaçada por um grande erro da casting de alguém (e não me pareceu ser do Pallett, que no seu concerto até gozou com a coisa) que decidiu colocar uma banda de metal doom gothic a abrir este concerto. Seria de chorar a rir, não fosse a total ridicularidade da coisa. 1/3 da sala levantou-se e saiu. Outros conversam a alta voz, ouviam iPods. Desconexão total. Uma tristeza (falarei sobre esse mundo paralelo que é o metal num post futuro).

Bem, vamos ao que interessa: Owen Pallett. Pois muito bem - foi um excelente concerto. Mais uma noite que a memória não esquecerá, pelas maravilhosas canções que nos remetem para um universo imaginário onde tudo pode acontecer. Já não é um one man show, uma vez que se faz acompanhar em vários momentos por Thomas Gill que ajuda (dentro da sua notória timidez) com voz e percussão. Mas é Pallett que controla tudo, o seu violino, a sua voz (voltando a iniciar a música quando não sai quando ele quer), o seu sampler e o seu pequeno órgão e com todas estas peças monta o puzzle que é cada uma das suas músicas. Tudo combinado em melodias pop únicas, com devida interacção com o público, partilhando o seu gosto pelo queijo português, sentindo-se bastante à vontade na cidade que segundo o próprio foi onde escreveu grande parte de "Heartland", o seu mais recente álbum, e naturalmente também o mais tocado. "Keep the Dog Quiet", "Flare Gun" e "This Lamb Sells Condos", com toda a sua intensidade, acompanharam-me desde que saí da sala até casa e no dia seguinte. O violino aparecia, depois juntava-se a voz e assim passei o dia, dividido entre o universo Pallettiano e o mundo real. E soube muito bem.  

1 comentário:

João Ruivo disse...

Já ando para ver este senhor há uns anitos. Perdi-o quando passou por Famalicão (ainda Final Fantasy).

Ri-me com a história da primeira parte, deve ter sido surreal.