Desde os saudosos anos setenta, tempos em que o cinema americano tinha alma graças a mestres como Peckinpah, Scorsese ou Sergio Leone, que não ouvia uma banda sonora com este grau de exigência.
Greenwood, distanciando-se da sonoridade dos Radiohead, criou orquestrações inteligentes, belas e intensamente dramáticas piscando o olho a Bernard Herrman e a Ennio Morricone como que lhes dizendo: “ Eu também sou capaz”.
Nos filmes de Anderson, a música tem um papel fundamental (Magnolia) e Greenwood reforça a importância da música no cinema do realizador americano.
Armado em crítico chalado do Público, digo que “There Will Be Bllood” facilitou-me a vida: Melhor banda sonora e melhor filme da década.
PT Anderson, denunciando habilmente a cegueira do lucro nas sociedades modernas, realizou um exercício raro sobre a maldade humana: “Não quero que mais ninguém tenha sucesso”, afirma com frieza a personagem Daniel Plainview.
Deixo-vos uma entrevista com o realizador, onde ficamos esclarecidos em relação ao absurdo da divisão entre cinema de autor e cinema de massas.
Existe bom e mau cinema, boa e má música, única e exclusivamente.
4 comentários:
!!!
Sou só eu ou esse tal esclarecimento veio apenas da tua cabeça? Ou na 5ª parte da entrevista que não vi? Ou será que o tipo até pensou nisso no carro a caminho de casa e tu conseguiste captar com os teus engenhos vasquiosos?
Já agora não sei como alguém que pensa em cinema e arte em geral como tu pode afirmar que não existe cinema de autor e cinema de massas. Existe John Coltrane e existe Britney Spears, e se para ti é tudo o mesmo, morre. É que quase parece que estás a insinuar que estás a insinuar que um tipo de cinema é bom e o outro mau. E se estiveres a insinuar que o Robert Kramer (exemplo) é um mau realizador pq nem sequer conseguia distribuição para muitos dos seus filmes, então vinde daí que eu parto-te já o focinho.
Já agora, não existe apenas bom e mau cinema, esqueceste-te também do execrável, horrível, muito mau, muito fraco, fraco, fraquito, mais ou menos, nada de especial, bonzito, muito bom, muitA bom, excelente, espectacular, maravilhoso e o perfeito. E depois sim, como tu já referiste, há o cassavetes.
Ps: "There will be blood" - pior filme do PT Anderson, um realizador de quem aliás gosto imenso. Oscar-winning epics? Naa... E nunca deixei de ver o DL Lewis ali. Sim, usava ceroulas, mas ainda assim...
1- PT Anderson, desde muito cedo tomou consciência da inutilidade da escola de cinema. "Film School" cria dogmas e impinge apenas um tipo de cinema.E seu eu gostar de fazer blockbusters, pensou ele? Resumindo, Ele foi claro: existe bom cinema em hollywood.
2-Esse paralelo entre o coltrane e britney é, no mínico, idiota. Ambos fazem música e compete a cada um escolher a que gosta mais. Eu escolho Coltrane.Tu, não sei.
Nota: Se dizes que os Ramones ou os Beatles são maus porque fazem músicas de 4 acordes, enquanto a britney usa bem mais, parto-te já o focinho.
3- A história do Robert Kramer foi outro desabafo absurdo da tua parte. Quando começares a trabalhar em cinema vais saber que a rejeição faz parte da vida do realizador.Até dos grandes!
Kubrick, por exemplo, viu o seu projecto sobre Napoleão recusado pelos estúdios.
4- Tenho muita empatia pelos manos costa mas essa mania de impingir o que é "boa música" e "bom cinema" é bestialmente pedante.
5- There Will Blood - Ao que parece partilhamos uma noção diferente de cinema. Eu gosto de filmes com estrutura, direcção de actores, mensagem e acima de tudo, um plot. Taxi driver, vertigo e Ordet são os meus filmes preferidos, Aconselho cada um deles para compreenderes a minha noção de cinema.
6- O odio dos cineastas "arty" portugueses em relação Hollywood é muito palerma.
Godard e Truffaut adoravam Hollywood. Sem o "maltese falcon", não tinhas o Acossado.
Vasco, não concordo com tudo mas gostei e até me ri (no bom sentido). Ico, you'll live to fight another day.
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