01 abril 2012
Periferia: Virgin Prunes
Podia até tratar-se de uma asserção aristotélica acerca da lei da não-contradição. Mas não. É apenas o nome de mais um intemporal e incontornável álbum da história da música moderna. Só por si valeria mais que muitos títulos de ensaios filosóficos. É certo que 1+1 são 2. Mas os Virgin Prunes, ao optarem pela lógica da indução para baptizarem o primeiro trabalho das suas carreiras, desviaram-se da numerologia para se centraram num conceito metafísico: a morte e as incertezas que circundam em redor do princípio do fim.
"If I Die, I Die" é um reflexo intenso da diversidade de leituras que podem decorrer de um pensamento tão certo quanto imprevisível que é o fim da vida, tal como nós a conhecemos.
Produzido por Colin Wire Newman, estas 14 faixas são um epítome do pós-punk aventureiro. Tambores tribais e nervosos, guitarras desafinadas, didjeridus e bouzoukis cruzam-se e fundem-se com sintetizadores e drum machines básicas em ataques de criatividade fora de forma, onde todas as referências são chamadas à razão do que é perigoso, primitivo e excessivo. Liderados por dois vocalistas andróginos, Gavin Friday e Guggi, seres de sedutores poderes, os Virgin Prunes conseguem criar, neste disco, ambientes alternativos de deformada e doce poesia. E apesar do conjunto dos temas ser algo discrepante, esta obra está longe de estar fora de contexto. Na verdade, ela é claramente o esforço mais consistente e duradouro da banda.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário