Eis-nos chegados ao fim da década e quem é que está lá para fechar o que começou? Nada mais nada menos do que Julian Casablancas, vocalista e líder da banda Nova Iorquiana Strokes. Após três discos que ajudaram a definir o som de uma nova geração, especialmente Is This It?; dois discos a solo do guitarrista Albert Hammond, Jr, Yours to Keep e ¿Cómo Te Llama?; e projectos paralelos de Nikolai Fraiture com Nickel Eye e Fabrizio Moretti com os já reconhecidos Little Joy, era de estranhar este estranho silêncio por parte de um dos mais importantes músicos desta década. A expectativa criada, ultimamente, de um quarto disco por parte do quinteto de Nova Iorque começou a crescer no início do ano com revelações do próprio Casablancas de que o som da banda iria mudar um pouco, aproximando-se dos sons de bandas dos anos 70 como Thin Lizzy. No entanto, para o espanto de muitos, Julian revelou que afinal iria lançar um disco a solo. Phrazes for the Young, apenas com oito músicas, título inspirado no "Phrases and Philosophies for the Young" de Oscar Wilde, é, basicamente, Casablancas on his own. Provavelmente, se fosse gravado em nome dos Strokes, seria com toda a certeza, o melhor após Is This It?. Phrazes for the Young é um disco variado, sem nunca perder a alma dos Strokes, até porque, convenhamos, a voz de Casablancas é indissociável do som da banda nova iorquina, porém, aqui, Julian vai a terrenos onde não tinha ido com os seus amigos, especialmente na utilização de orgãos, como em "Out of the Blue", música que abre o disco e que nos fica logo no ouvido ou em "Left & Right in the Dark". O single de estreia "11th Dimension" leva-nos às pistas de dança dos anos 80, polvilhado com o som soturno dos Strokes. "4 Chords of the Apocalypse" é claramente inspirada nos sons dos anos 60 de Phil Spector, enquanto "River of Brakelights", uma das melhores músicas do álbum, poderia ter estado em First Impressions of the Earth. A finalizar surge "Tourist", música com breaks, beats e inspiração nipónica, outro dos pontos altos. Os pontos baixos, são "Ludlow St." e "Glass". Em suma, uma boa estreia de Julian Casablancas a solo, sem se desmarcar completamente da sua identidade mas também sem se colar desnecessariamente. Perspectiva-se um bom futuro dos Strokes na década que aí chega.
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